Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

Category leucemia

É como a gravidade.

Às vezes gostava de me desligar, deixar de acompanhar, não ajudar e ignorar, deixar de ler e, sobretudo, deixar de sentir o que sinto, essa estranha e genuína sensação de “saber o que é isso”, de uma verdadeira e infeliz cumplicidade. Apagar essa malfadada empatia. Gostava de não sentir o cheiro da morte. Gostava de não reconhecer sintomas, números e palavras escutadas. Gostava de não repetir a angústia do por

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Gostava tanto

Gostava mesmo. Gostava muito que a minha mãe deixasse de pensar que não tem o condão da escrita. Que tem. Gostava muito que ela colocasse por escrito a sua forma de viver. De estar. De ser feliz. Queria ver se alguém tinha tomates para lhe dizer as barbaridades que me dizem a mim quando digo que é possível ser feliz. A quem diz isso sabem o que vos digo? Fazia-vos

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Estou agoniada.

Agarrar o telemóvel às 7:30, abrir o Facebook e ter em primeira linha (para começar bem o dia) a sugestão de uma página que uma amiga morta (também por causa dessa p*** da leucemia) gostava, é coisinha para me deixar agoniada para o resto da manhã. Um dia ainda escrevo sobre os mortos-vivos nas redes sociais. Mas hoje (ainda) não é o dia. Estou agoniada. Muito agoniada.

Escrever com leviandade

Em qualquer instante da vida, qualquer pessoa que se dedique a esse processo de desabafo a que habitualmente chamamos escrita, terá um momento de leviandade… Porque não podemos  ser sempre sérios, correctos, imparciais, precisos. Somos humanos. Erramos. Falhamos. E sim, também escrevemos com leviandade. Por vezes pode roçar a barbaridade, outras não tanto. Às vezes é propositado, outras é inconsciente. Mas todos estamos sujeitos a incorrer nessa falha – humana.

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