Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

Últimos posts

tudo o que vou dizendo por aqui

Conversas da Maria

Um dia destes ao final do dia… (as nossas conversas a duas são sempre muito peculiares) – Oh Maria tens a certeza que o mano quer que a festa de aniversário seja sobre o Mickey? – há uns meses que diz que a festa do primeiro aniversário do mano vai ser do Mickey. – Sim mãe, o mano quer uma festa do Mickey! – Não achas que devia ser antes

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Subir devagarinho e mergulhar fundo

Ao longo dos últimos anos temos vindo devagarinho a subir à tona… Nunca estivemos num abismo profundo mas também nunca andámos à tona, a boiar descontraidamente. Cada exame era um metro abaixo… Cada diagnóstico descartado, dois metros acima. E sempre, mas sempre, a certeza de que havia qualquer coisa. Fisiatria. Neurologia. Genética. Ortopedia. Desenvolvimento. Tudo. Análises e exames do arco da velha. Na sexta-feira passada chegou finalmente o diagnóstico. O

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o flagelo dos collants

Alguém tem de falar nisto! É uma calamidade que consome metade da população durante sensivelmente um terço do ano (talvez mais?) e ninguém escreve sobre isso! Nunca! Nunca vi uma notícia de abertura sobre esta tragédia ou, sequer, uma pequena reportagem no final do final da emissão noticiosa. Como? Como é que ninguém fala desse pesadelo que é a sarna que consome as nádegas de uma mulher quando veste collants,

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Conversas da Maria

Ontem, depois deste dia corrido, houve direito a conversa profunda a caminho de casa… Começou por rimas com “tremor de terra”, passou pela descrição do bolo do Tomás “Que oh mãe! Afinal a Sandra estava a brincar e não era de princesas! Era de dinossauros!” – ficou tão contente por ter uma fatia à espera dela quando regressou da natação já depois de terem cantado os parabéns!, e foi parar

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Na sala de espera

na sala de espera do hospital. não, não é a minha mãe. primeiro sou eu. depois logo subo ao internamento. às vezes penso mesmo que os meus dias têm quarenta e oito horas. não, não deviam ter. têm. estive em reunião desde as nove e meia da manhã. ao almoço, engoli em trinta minutos, dois pratos de arroz com feijão, banana frita, frango e salsicha brasileira. empurrei com morangos e

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no sofá

Manhã em modo despacho. (Não são todas?) A donzela tinha análises para fazer (em jejum claro!, imaginam o “Mãeeee tenho fome” de cinco em cinco segundos?). Aproveitar que estávamos no hospital e subir ao piso do internamento para dar um beijinho à minha mãe. E para ela comer sentada e ver um episódio de uma qualquer série no Panda de mão dada com a avó. Deixar a gaiata no colégio e

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Conversas da Maria

No parque de estacionamento a correr para o dentista… – Oh mãe nunca brincas comigo! – as crianças e o seu extraordinário sentido de oportunidade. – Não? Então agora estamos a brincar! – Oh mãeeee! Não estamos nada! – Estamos pois! A brincar às mães e às filhas atrasadas para o dentista. – Mãeeee! Não estamos nada! Tu és mesmo mãe e eu sou mesmo filha! (E nós estamos mesmo

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casa.escritório.hospital em loop

São 7h30. Rewind. O despertador dele tocou. O meu também. Snooze nos dois. São 7h21 e ouvimos três fungadelas duas portas ao lado. Ele levanta-se e vai apanhar o diabrete. São 7h30. O gordo mama. O mais velho está no duche. Eu tenho um olho aberto e escrevo este texto. A Maria está há dois dias no forró com a tia e a prima. Se eu deixasse, ficava por lá

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É uma dor para a vida toda

Sem enganos, falsos conselhos ou segredos ocultos. Sobre a doeaça e a morte? A dor não desaparece. Nunca. Nem tampouco é uma questão de medidas. Não vai doer menos porque agora dói mais. É dor. E esta dor não tem escala. Não é mensurável. Vai doer sempre. Só que vai doer diferente. Diferente. Mas sempre. E é essa a expectativa a criar. E a gerir. Tenho a certeza de que

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A Culpa é das mulheres*

*não digo A Culpa é nossa porque não compactuo com isso A culpa é das mulheres. Das que criam (criaram, criam e continuarão a criar) homens que vêem as mães a fazer tudo. Ou porque o pai não se chega à frente e não faz ou porque – pior ainda, “quando faz, faz mal”. Que faça. Algum dia há-de fazer bem. São elas – estas, as responsáveis. Culpadas. Porque permitiram,

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