Depois da natação e logo a seguir a ter pedido um iogolino.
– Oh mãe porque é que o avô Diamantino morreu?
(A sério Maria? Saíste agora da natação e é disso que te lembras?)
– Ficou doente e como já era velhote morreu.
– Oh mãe porque é que as pessoas morrem?
(Já tivemos tantas vezes esta conversa Maria Marchante…)
– É assim a vida filha, todos vamos morrer. Os seres vivos nascem, vivem e morrem. As árvores, os animais e os humanos.
– Eu não vou morrer nunca nunca nunca!
(Deve achar que é vampira.)
– Filhota também vais morrer mas só quando já fores muito, muito, muito, muitooo velhinha.
– A tia Nídia era velhota?
(Pumba! Agora desenrasca-te.)
– Não amor. A tia Nídia ficou muito, muito doente e morreu.
– Oh mãe onde é que ela está que eu quero falar com ela.
– Na estrelinha amor. Pensas com muita força e conversas com ela. Já sabes disso.
– Sim é verdade! Qual é a dela?
– A mais brilhante.
– Então e qual é a do avô?
– Está logo ao lado.
– Oh mãe e o cão que era teu e do pai?
(A sério Roger? A sério que até do cão morto tiveste de falar?)
– Está logo ao lado deles.
– Pois a tia Nídia era veterinária tinha de tratar dele.
Acabou de beber o iogolino e pediu-me uma banana.
O que mais quero é que o Simão lide com a morte de uma forma natural. Há quem ache estranho como uma criança de 5 anos aborda esta questão. Mas acho que é muito mais saudável assim: afinal todos, mais cedo ou mais tarde, teremos de lidar com a perda de um ente querido. Embora o Simão nunca tenha conhecido o avô, fala muitas vezes nele. E é assim que eles se tornam imortais