Eu, Tu e os meus sapatos

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Dar Vida

O que é o CEDACE

Foi com o objectivo de responder a muitas situações de doentes que tinham indicação para transplante de medula óssea e não tinham um dador familiar compatível que houve necessidade de criar um Registo Nacional de Dadores Voluntários de Medula Óssea.

O Registo foi criado em 1995 pelo Despacho 22/95 com a designação abreviada de CEDACE (Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão).

Este registo foi criado sem financiamento e sem pessoal próprio, teve desde o início a colaboração de alguns funcionários e apoio financeiro do Centro de Histocompatibilidade do Sul, para desenvolver as suas actividades de comunicação, inscrição em registos estrangeiros, informatização, pessoal e tipagens de dadores.

Os Centros de Histocompatibilidade do Norte e do Centro, juntamente como o Centro de Histocompatibilidade do Sul são os laboratórios de tipagem e estudo imunológico dos dadores.
A transplantação de medula óssea é uma prática terapêutica reconhecida, que permite muitas vezes a cura de doenças graves e que podem ser frequentemente mortais.

Estas doenças são muito variadas e podem ocorrer quer em adultos quer em crianças. As mais frequentemente citadas são as leucemias, outras há como a aplasia medular (diminuição importante ou ausência na medula óssea das 3 linhas celulares que dão origem aos eritrócitos, leucócitos e plaquetas do sangue periférico), ou ainda algumas imunodeficiências primárias que se manifestam pouco tempo após o nascimento.

Para estas situações, muitas vezes a única esperança de vida é a transplantação de medula óssea com um dador idêntico.

Tal como já foi referido, uma das condições absolutas para o sucesso da transplantação de medula é a compatibilidade tecidular entre dador e receptor.

Assim, é preciso transplantar o doente com uma medula óssea tão idêntica quanto possível no que respeita aos marcadores ou antigénios HLA (antigénios de leucócitos humanos).

A pesquisa de um dador compatível orienta-se primeiro para os irmãos do doente mas as famílias numerosas são cada vez mais raras e além disso apenas 1 doente em cada 4 encontra um dador idêntico entre os irmãos, isto é, que tenha herdado as mesmas características tecidulares paternas e maternas.

Por isso, em muitos casos, a única esperança de cura é encontrada em dadores voluntários compatíveis com o doente.

Como ser dador?

Se a sua idade está compreendida entre 18 e 45 anos, se tem boa saúde e gostava de ser dador voluntário de medula, basta que transmita ao CEDACE ou aos Centros de Dadores a sua vontade.

Vai-lhe ser pedido o nome e a morada e irá receber um folheto informativo do processo e um pequeno questionário clínico que deverá preencher e devolver. Esse questionário vai ser depois avaliado por um médico e caso não haja nenhuma contra-indicação vai ser chamado para fazer uns testes que especificamente são os seguintes:

Tipagem HLA_AB DR
Marcadores virais: HbsAg, Anti-HCV, Anti-HIV 1, 2

Estes dados serão guardados numa base informática nacional e internacional e serão usados sempre que um doente nacional ou internacional seja proposto para transplantação de medula óssea.

As várias etapas até à doação

Se o doente não tiver um dador familiar compatível é iniciada uma pesquisa aos registos de dadores. Assim que é identificado um potencial dador compatível, este é informado e, caso aceite, vai prosseguir o processo.

Nessa altura o dador vai ser chamado para fazer testes adicionais de compatibilidade, bem como uma nova avaliação para doenças virais que possa ter tido no espaço de tempo entre a inscrição e a chamada. É este o passo a que chamamos a activação do dador.

Se a avaliação de todos os resultados laboratoriais continuar a considerar o potencial dador como o mais indicado, este vai ser submetido a um exame médico completo e no qual onde pode ainda esclarecer quaisquer dúvidas que tenha sobre o processo de dádiva.

Nesta fase o dador deve estar absolutamente certo da sua decisão de fazer a doação e é-lhe então pedido para assinar um impresso de consentimento informado. A partir desse momento o doente começará a fazer a preparação para a dádiva de células de medula.

Inscrição como dador

http://www.chsul.pt/inscricao_inq.html

Outras informações em:

CEDACE

Centro de Histocompatibilidade do Sul

Hospital Pulido Valente, Alameda das Linhas de Torres, 1171769-001 LISBOA

Em caso de dúvidas contacte:

Centro de Lisboa: 21 750 41 00
Centro de Coimbra: 239 48 07 00
Centro do Porto: 22 557 34 70

(retirado de: http://www.chsul.pt/menu.html)

Agora, pela je, o que os media não dizem:

Doar medula salva literalmente a vida das pessoas. Quem tiver a felicidade de ser dador compatível, tem a oportunidade de devolver a vida a alguém que, sem essa doação, irá inevitavelmente morrer num curto prazo.

E não, infelizmente não é nada fácil encontrar dadores compatíveis. Hoje, ainda morrem muitas PESSOAS à espera de um dador compatível.

O transplante de medula é um processo muitpo difícil para o RECEPTOR (=DOENTE). É. É necessário que a doença esteja em remissão, ou seja, que a medula esteja a produzir apenas células saudáveis. Para isso, é efectuada uma quimioterapia extremamente agressiva que provoca uma aplasia (ausência quase total de células sanguíneas) prolongada.

Caso o doente entre em remissão e se encontre um dador compatível, então é feita novamente quimioterapia, com o intuito de eliminar a totalidade da medula do doente, colocando-o num estado de aplasia e fragilidade profundos, para ser possível receber a medula sã do dador.

Custa alguma coisa para o dador? NADA! Só o tempo que perdem na inscrição, em que são recolhidas amostras de sangue como para as análises sanguíneas banais. E o tempo que perderá no caso de ser dador.

Actualmente, encontrando-se um dador, medicamente falando, durante 2/3 dias o dador recebe injecções de Factor de Crescimento, um produto que irá provocar o aumento de células-mãe. No dia do transplante, é retirado sangue ao dador como para uma doação de sangue, numa máquina exterior separam-se essas células-mãe em abundância, do restante sangue, o qual é novamente devolvido ao dador. Dói? O mesmo que uma picada…

Que irá salvar a vida de alguém.

12 Discussions on
“Dar Vida”
  • Já há umas semanitas que tinha programado ir hoje tornar-me dadora de medula. Vi no site do Centro de Histocompatibilidade do Norte que estaria uma brigada aqui perto do meu trabalho.
    Levantei-me mais cedo, tomei um pequeno-almoço reforçado e quando lá cheguei dei com o nariz na porta!
    Não estava lá ninguém e do CHN ninguém atende o telefone!
    Mas estou determinada e nas minhas férias irei ao Centro tornar-me dadora.
    É um desejo que já tenho há imenso tempo, mas só agora é que tenho disponibilidade emocional para o fazer.
    Se, de alguma forma, puder ajudar quem quer que seja, porque não o fazer?

  • Boa tarde. Eu visito o seu blog diariamente mas esta é a primeira vez que faço um comentário.
    Eu estou inscrita como dadora há 7/8 anos e tenho o maior orgulho nisso. Posso nunca vir a ser chamada, como posso ser chamada e salvar a vida de alguem. E isso acontecendo, não hesitarei nem um instante. Há coisa melhor no mundo do que salvarmos a vida de alguem?

    Desejo á N que ultrapsse mais esta fase e envio todas as minhas energias positivas e toda a força do mundo para vocês todos. Sei que todos juntos, com todo esse amor que se nota que une a vossa familia, vão conseguir ultrapassar tudo isto.

    Um beijinho

    Maria João

  • Olá .

    Vanessa espero que td lhe corra pelo melhor . O que for dito agora parecerá um cliche feito .
    Meninas muitas de vós teem blog porque nâo colocar no vosso blog esta iniciativa de arranjar um doador ..Afinal todos existimos para ajudar !!
    Eu vou colocar no meu !!

  • Antes de mais, muita força para ti e para a tua mana. A minha sogra também sofre da mesma doença, percebo perfeitamente a tua angústia e a vossa batalha. Obrigada por este post. Às vezes é mesmo necessário um abre-olhos. Vou inscrever-me enquanto dadora.

    Tudo de bom e as melhoras da N.

    Bjs,
    Cláudia (Pumpkin do nosso casamento)

  • Olá,
    Apesar de nunca ter comentado o teu blog, já há algum tempo que o acompanho.
    Tornei-me dadora de medúla há menos de um mês, e sinceramente acho que não haverá nada melhor na vida que salvarmos a vida de alguém.
    Fiz um post no meu blog no dia seguinte a ter ido ao CEDACE, a dizer precisamente isso e com o link…às vezes é preciso tão pouco para ajudarmos os outros.
    Tenho Fé que a N. encontre alguém que lhe dê essa alegria.
    Força para todos.
    Um beijinho.

    Filipa

  • Vanessa vou pôr também esta informação no meu blog, e vou tentar arrastar mais algumas pessoas para se inscreverem. Infelizmente, sei que é muito difícil encontrar alguém compatível, e todos os dadores são poucos. Mas não percam a esperança! Força!

  • Nunca tinha pensado em ser dadora de medula. E por uma razão que muitos podem achar estúpida. Eu tenho um medo enorme de agulhas e de tudo o que meta hospitais pelo meio. Já cheguei a desmaiar enquanto estava num quarto de hospital a visitar uma pessoa de familia que estava internada.

    Apesar de não vos conhecer pessoalmente, sinto que não posso ficar quieta e fingir que não sei o que se passa com a tua mana. Por isso, vou inscrever-me como dadora assim que puder. De certeza que a feliciade de poder salvar alguém, me fará ganhar forças para pôr de lado os meus medos.

    Beijinho

  • Ola, cheguei aqui atraves dos teus sapatinhos no blog da saltos altos vermelhos. A proveito para te dizer k já estou inscrita á mais ou menos um ano. Na altura foi por causa de uma reportagem ne tv de um menina k precisava.
    Mas até agora não ajudei ninguém, infelismente não é.

    Desejo k apareça rapidamente um doador compativel para a N. e que tudo corra pelo melhor.

    Um beijinho

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