Ando calada na escrita e fechada em mim. Há razões lógicas e de ordem prática e outras não tão óbvias (até para mim).
Esta é uma daquelas fases em que gostava que este espaço fosse menos aberto e hoje é um dia bom por saber que ele não passa por aqui.
Foi Dia do Pai e eu fiz o que faço há algum tempo. Engonhei. Muito. Que era cedo. Depois que ia em viagem. Depois que estava numa reunião. E fiquei aliviada. Sim, aliviada. Por ter uma desculpa para não ir lá a casa. Para não ter de olhar para ele à mesa de jantar. Para não ter de o obrigar a olhar para mim que sou igual a ela e a ouvir a minha voz que soa igual à dela.
Andei ali vai não vai a justificar-me a mim própria o adiamento. A meio da tarde abro o whatsapp e envio-lhe uma mensagem simples e uma fotografia com a neta. Ele vê passado algum tempo e faz o costume. Nem ai, nem ui.
Ao final do dia, chego a casa, depois de uma viagem ao norte, dou um abraço à gaiata, um beijo ao pai lá de casa e ganho coragem. “Olá, tudo bem? Já estás com a mãe? Feliz Dia do Pai!”. E passou. Já está.
Só eu sei o que sinto no Dia do Pai. Só eu sei o que me custa dizer “Feliz Dia do Pai!”. Gritar-lhe aos ouvidos a felicitação deste dia, mais do que lembrá-lo, é sem dúvida absolutamente nenhuma, pôr o dedo numa ferida que nunca vai fechar.
Feliz Dia do Pai, pai. E, não, nunca te respondi a essa pergunta. Mas a Nídia não merecia. Nem nós.
🙁
Que triste Me 🙁
Cá eu, neste dia, penso em quantos mais dias do pai terei ainda com ele aqui…
Um beijinho
Joana
Um beijinho grande, ninguém merece.