Chegou o dia.

Um dia sentes-te em condições de ler um dos livros que a tua irmã não terminou.

3 anos, 9 meses e 14 dias depois, foi o dia.

Com o marcador dela exactamente no mesmo sítio onde o deixou.

Recebo muitas vezes emails, comentários ou mensagens que me deixam de lágrima no olho.

Às vezes de pessoas que querem compreender esta forma de viver…

Outras vezes de pessoas que compreendem esta forma de viver…

E ainda, como esta noite, de pessoas que não entendiam e que, em determinadas circunstâncias, começaram a entender…

Como já escrevi tantas e tantas vezes, não há formas correctas ou menos correctas de viver a vida e, consequentemente, de viver o luto. Esta é a nossa forma de viver. Não é mais ou menos certa. É a nossa.

Estamos numa das semanas do ano mais especiais para a nossa família. A minha mãe faz anos. A madrinha da Nídia faz anos. A minha madrinha e tia da Nídia faz anos. E cá temos estado. A celebrar a vida. A fazer surpresas. A cantar e a sorrir. Como sempre fizemos e como ela queria que fizéssemos. Viver assim é só mais uma forma de a ter connosco. De a respeitar. De a homenagear. De a lembrar.

Isto não acaba aqui…