Os miúdos são todos diferentes. Mais ou menos meigos. Mais ou menos emotivos. Mais ou menos enérgicos.
Sentimos e observamos isso no nosso dia-a-dia e temos essa informação de forma muito clara quando interpretamos as tabelas sobre os estágios de desenvolvimento infantil. As escalas temporais são tão alargadas que a crianças têm de reflectir aquilo que todos somos enquanto adultos. Diferentes e com apetências naturais distintas.
Quando se está a alcançar um determinado patamar na escala temporal e ainda não foi atingida uma determinada apetência, é todo um drama. E estou, naturalmente, a excluir aqueles comentários maravilhosos “o meu filho com 4 meses já falava latim e dava saltos encarpados”. Quando o limite da escala é atingido e a criança ainda não faz, ainda não consegue, ainda não é capaz, soam sirenes na cabeça dos pais.
Eu prefiro viver com essas sirenes de forma consciente, assumida e clara. Perante mim própria, perante os médicos e acima de tudo, perante a minha filha. Não sou de fazer de conta que não vejo ou de esconder. Dela ou de mim. E por isso vamos atrás, exames, análises, especialistas. Os melhores especialistas. Terapias, estimulação e muita, muita atenção e dedicação.
Literalmente baby steps. Subir escadas. Pular com os dois pés. Aprender a pedalar.
E um dia levamos a bicicleta connosco. E soa a sirene. Mas é diferente. E é uma felicidade calma, apaziguadora e plena.
O meu pai diz que ela só não vai ser maratonista. Eu digo que não sei. Às vezes as dificuldades fazem-nos escalar o iceberg desde as profundezas e chegar ao pico mais depressa do que os que já estavam fora de água. Mas mesmo que não sejamos os primeiros a cortar a meta, não tenho dúvida de que a sensação de sucesso e de concretização é absolutamente avassaladora. Os sorrisos dizem tudo.
O mais importante é que sejam uma família feliz! E acho que isso já conseguiram! 🙂
Beijinho
Cris
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Um beijinho Cris e obrigada!
Que lindo post Vanessa. Para me lembrar de ler quando tiver os meus e a sirene tocar. Amor resolve tudo. Tudo. ?
Obrigada Raquel! Um beijinho muito grande