Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

[post para a minha família não ler]

É inerente ao ser humano aquele sentimento do eu

Eu…

Eu…

Eu…

Eu é que sei…

Eu é que vi…

Eu é que mais (qualquer coisa)…

Na semana passadaeu soube o que era entrar pelas urgências de um hospital, plena madrugada, com uma bebé totalmente despida nos braços, com temperatura superior a 40ºC sem responder a medicação ou medidas de arrefecimento pela n-ésima vez…

E eu tenho a certeza da diferença do que eu sinto quando oiço o apito do termómetro em relação à maioria das mães…

E eu tenho a certeza da diferença do que eu sinto quando pedem um hemograma e leucograma…

E eu tenho a certeza de que o meu sentimento é diferente em relação a este estado constantemente doente da Mini Me…

Eu tenho a certeza porque me passa pela cabeça algo que, graças a Deus, não passa pela cabeça da maioria das mães…

Eu tenho a certeza porque o apito do termómetro relembra, retorna e crava no meu coração a angústia da febre…

Eu tenho a certeza de que há doenças de merda e que podem bater à porta de qualquer um…

E gostava tanto de não ter essa certeza.

E de ficar, como as demais mães, só levemente irritada quando me dissessem “é só uma virose”… ao invés de ficar “emocionada e chorosamente aliviada”…

26 Discussions on
“[post para a minha família não ler]”
  • Me, não fazia ideia dessa aparentemente constante situação com a Mini Me. Um enorme e apertado abraço e muita força mamã. Espero que com o tempo isso passe definitivamente.

    • Chama-se creche Su. Desde que entrou para a creche em Fevereiro, já tomou 9 antibióticos e está literalmente constantemente doente…

      Beijinho grande

      • Me, a creche é um foco de doenças, infelizmente. Tenho um filho de 5 anos e uma filha de 1, quase 2. Nunca tive o meu filho saudável como aquando o surto de gripe A – motivo? Os cuidados extra tidos na creche. Apesar de saber que há cuidados, fiquei com a noção que se esses cuidados extra fossem adotados sempre, menos doenças ocorreriam. Essa condição da mini me passará, entre os 2 e os 3, acredita.
        Beijinho

      • Me o Salvador anda na creche desde os 7 meses e nunca teve nada de mais, vai fazer 3 anos, talves devesses procurar outra creche, tentar perceber os métodos da creche, sei lá. Lá na creche onde anda o meu filho desde o 1 ano que lava os dentes, e isso em poucos lados se vê. Estão sempre a lavar as mãos, são super cuidadosas e é uma IPSS.

        • Andreia infelizmente é mesmo dela, esta já é a segunda creche. Não é nada que nos choque porque eu fui assim e quando com 3 anos e meio voltei à creche, correu tudo bem. E ainda bem que a maioria dos miúdos é como o teu Salvador, senão as creches estavam às moscas 🙂

  • Pois…
    Eu fico logo sem chão, quando a minha pipoca tem febre, por isso, imagino apenas o que possas sentir…
    Beijinho grande!

  • Me, játe acompanho à muito tempo, mas nunca falei. Primeiro que tudo, as melhoras para a Mini Me, à miídos que não são nada fáceis com a febre.
    Não sei qual a cheche da Mini Me, mas se calhar uma tentativa de minorar essa situação passa pela troca de instituição.

      • Nem mais…em 25 meses não sei do que falas e…ainda bem! Esta com a avó e claro que tem febre, mas o calcanhar de aquiles dela é mesmo garganta…sai ao pai nisso…mas nada que não passe com xarope e nebulização com soro….

        Tanto antibiótico é dose para a pequena….

        As melhoras. um beijo

  • Deve ser um sufoco para ti cada vez que ela adoece… 🙁
    A minha entrou na creche aos 4 anos e no 1º ano estava doente semana sim, semana não. Foi super desgastante. Seja qual for a idade com que entrem, acho q (infelizmente), é normal. E mudar de sítio não deve fazer grande diferença… Beijinho.

  • Me,

    Há pequenas coisas que se tornam símbolos na nossa vida, para o bem e para o mal. Se eu já fico aflita e a pensar em coisas menos boas, quando estou em situações similares, nem quero imaginar a tua angústia e ansiedade. Foi o que aconteceu há quase um mês atrás, quando o R. fazia febre sem qualquer foco de infecção e a médica da CUF nos disse, depois do exame físico e despiste de uma infecção urinária, “Temos de fazer análises!”. O tempo que passou entre o retirar do sangue (com um choro aflitivo de um bebé de 18 meses), a necessidade de deixar o cateter na sua pequena mão (caso fossem precisas mais análises ou administração de medicação intravenosa) e a espera pelo resultado, foi imenso e fez com que a nossa cabeça desse muitas voltas, pensasse em tantas coisas e o coração ficasse tão apertadinho, que nem dá para explicar. O resultado foi também ‘virose’, segundo a médica uma boa notícia, mas que a mim não é nome de nada em específico. Eu sei que gosto de dar nomes às coisas, para perceber e enfrentar, mas eles ficam-se pela virose e pelo comentário “de que é muito comum nesta fase”. Às vezes sentimo-nos tão impotentes, não é?
    Para o bem-estar da Mini-me ia dizer-te mesmo isso: retirá-la da creche até aos 3 anos, caso tivesses essa possibilidade. Mas nem sempre é fácil, para quem tem uma vida profissional muito activa, como parece ser a tua, ou não tem alguém em que se confie para ficar com a bebé.

    Espero que ela esteja bem e que a mudança de ambiente traga grandes mudanças para a saúde da tua menina e para a vossa vida!

    Beijinhos
    *Desculpa o comentário tão extenso!

  • Eu tenho a certeza que não deve ser nada fácil para ti. Mas eu também tenho a certeza que és das pessoas mais fortes e optimistas que conheço, e que esta fase da Mini Me vai passar! As melhoras para a pequenita e um grande beijinho!

  • Olá, Me. Essa sua angustia deve-se ao facto de ter acontecido o que aconteceu à sua irmã…São os fantasmas do passado. Sou assim como você. Uma simples dor nas costas faz-me perder o sono, uma simples dor de barriga faz-me ficar à beira de um ataque de medo!Penso sempre no pior…!Mas DEUS irá estar sempre com a sua Princesa e nada de mal lhe irá acontecer.Felicidades para as 2.

  • A solução não passa por muda-la de creche ou mesmo resguarda-la em casa. As crianças têm que ficar doentes agora para terem saúde mais tarde. A febre é bom, é sinal que o sistema imunitário funciona( mas isso é claro que tu já sabes, como aliás quase tudo) o perigoso são as convulsões daí resultantes. O bom de irem mais tarde, é que expkicam-se muito melhor e são mais “fáceis” de tratar. Falo por experiência própria porque a minha filha foi uma das priveligiadas de ficar em casa até aos 3 anos. Com isto, imagino a tua angustia, mas isso infelizmente vais ter que viver com ela toda a vida… Ter filhos já é una preocupação constante, quando temos certas marcas na vida ainda se torna pior. As melhoras da mM.

  • Nem quero pensar no quão angustiante deve ser esse receio constante. A verdade é que há doenças de merda sim e só quem passa directa ou indirectamente é que sabe os medos que tem. Não serão iguais aos outros,são diferentes.
    Um grande beijinho para a mãe linda e corajosa da Mini me. Tem uma mãe linda!

  • As melhoras da Maria.
    A Helena está na creche desde os 12 meses mas só fica lá mais tempo (+- 7 horas diárias) semana sim semana não e nessa semana que fica mais tempo é quando normalmente vem com qualquer coisa ou fica pior se já estiver doentita. Muitas vezes faz “gazeta” e fica com os avós. Eu prefiro assim, vai, mas aos poucos porque o ambiente da creche para eles se contagiarem todos uns aos outros é terrível.

  • Me, como te compreendo! É uma angústia… depois de sofrermos como irmãs o medo de sofrer como mãe é mais do que muito! ‘Doenças’ diferentes, mas dores muito iguais. Mas, tudo vai correr bem (tentar acreditar não custam se não damos em loucas!).. beijinhos

  • Olá!! Eu entendo-te. Tomara eu não o fazer… Com a diferença de que o David quase nunca faz febre e que, para mim, é um motivo de preocupação! Porque este peste tem infecções e não faz febre… Em Agosto do ano passado, com as férias quase começadas e com um hemograma à primeira vista terrível, quase enlouqueci… Porque, por momentos, a doença “leucemia” não saía da minha cabeça e o hemograma, com valores completamente doidos dos leucócitos e afins, não tirou essa suspeita logo à primeira. Repetido o hemograma, não se confirmou. A técnica do laboratório onde fizemos as análises foi para lá de sensacional, em viagem na autoestrada parou apenas para falar comigo ao telemóvel, porque sentiu todo o meu desespero… E, agora, de cada vez que o médico pede novas análises, sinto um nó na garganta… E na próxima quinta feira vou saber o resultado da nova colheita de sangue do meu filho. Em 11 meses já fez hemogramas por 5 vezes. O meu homenzinho está um crescido. Desde que começou a tomar o singulair só ficou doente 2 vezes (em 3 meses é um recorde, visto que o costume eram 2 vezes por mês). Estou a aguardar até quinta feira, sempre com o maldito nó na garganta que não me deixa respirar… Desculpa o testamento. Eu entendo-te. Ah, já que vai um testamento, só uma coisa: tenho um sobrinho que ficou com a minha mãe assim que a minha cunhada foi trabalhar, só frequentou a pré primária aos 3 anos e, no entanto, entre os 3 meses e os 3 anos, estava sempre doente!! Sempre com bronquiolites e todas as outras doenças e afins. Eu cheguei a pensar tirar licença sem vencimento pelo menos 3 meses para tirar o david da creche, mas, pesando todos os prós e contras, decidi que ele continuava na creche. Entretanto, começou com o singulair e melhorou imenso. És uma boa MÃE. As melhoras da mini, espero que passe esta fase menos boa.

  • 🙁
    sei o sufoco que é… por tudo!
    Por ser uma sobrevivente á leucemia… e mesmo assim ser uma “caguinchas”, e não, não fiquei “vacinada” dos terrores da vida!
    Por ter um filho de 2 anos que qd entrou para a creche esteve doente quase um ano inteiro, e pq ainda hoje quando faz febres são de 40º para cima… e eu fico SEMPRE com o <3 pequenino…
    MAS… enquando houver estrada, a gente vai continuar, (já cantava o outro), enquanto os nossos filhos fizerem parte de nós, nós fazemos o pino por eles!
    Beijinhos e aquele abraço
    Célia Pinto

  • Ola Me. Que aflição! Tenho uma filha com 17 meses e imagino a angustia. Nunca pensou em ter a bebé en casa? Contratar uma pessoa qualificada (infelizmente com a crise existem muitas educadoras e auxiliares desempregadas) para ficar a tomar conta dela, leva-la ao parque p brincar com outras crianças e assim estar mais protegida nestes primeiros anos de vida?

  • Não é que isto lhe sirva de consolo mas também não consigo ler um post destes e ficar indiferente. Quando a pediatra do meu filho mais velho (que fez agora 7 anos) me dizia que depois dos três ele ganharia resistência à febre e outras resistências parecia-me impossível. Eu, que desde o seu segundo ano de vida, passei noites em claro a vigiar-lhe a febre, que também entrei pelas urgências com ele a convulsivar por causa da subida de temperatura, que passei noites seguidas no hospital, em todos os invernos até ele fazer 4 anos.
    Bom ela tinha razão. O meu pequeno príncipe ganhou resistência à febre, os problemas respiratórios quase desapareceram e com eles as sessões de cinesioterapia, a parafernália de medicamentos e a minha vigilância obsessiva.
    Acredito que acontecerá o mesmo com a sua pequena princesa. E desejo-lhe muito que assim seja porque bem sei quão difícil é sorrir quando os nossos pequeninos têm alguma coisa.
    Gosto de a ler.

  • Me se morasse ao pé de ti podias contar comigo, para te ajudar a tomar conta da mini.
    Os meus filhotes já estão crescidos e tempo é o que não me falta.
    Se precisares de alguma coisa que eu possa ser útil
    Um beijinho e as melhoras

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