Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

O que é que eu queria?

Queria ter-te aqui para baptizares a tua afilhada.

Queria ter-te naquele altar de pedra e sombrio dos Jerónimos, onde casei, junto a nós outra vez, desta feita a abençoar a tua sobrinha.

Queria passear contigo nos jardins de Belém, comer uns quantos pastéis cheios de canela e açúcar num banco de madeira com a tinta a descascar, espreitar pelo claustro do Mosteiro e dar um saltinho até à Torre dos Descobrimentos para comer um cachorro quente como fizemos centenas de vezes em miúdas.

Queria que, depois de gerações que casaram no santuário de Fátima, no Palácio de Queluz e no Mosteiro dos Jerónimos, casasses tu, num sítio igualmente especial, com o seu quê de palaciano como costumávamos brincar com a mãe, com recordações assim importantes, com memórias perfeitas partilhadas a meias. Queria ver-te de branco, radiante, luminosa e perfeita como sempre foste.

Queria que vivesses tudo o que estou a viver e que deixaste por saborear. Por respirar. Por sentir.

Queria ser egoísta e ter-te aqui. Só minha. Ou só nossa.

Mas tu foste. Porque tu és do mundo… E, afinal, aquilo que eu quero, é que sejas feliz. Aí, de onde estás agora a ler estas palavras…

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“O que é que eu queria?”

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