Os meus dias não têm vinte e quatro horas. Têm quarenta e oito. E já calhava bem se desse para estender até às setenta e duas.
Sinto que ando por aqui num limbo. Uma espécie de toca e foge que ainda não aprendi bem a jogar.
Ser a Vanessa. Ser a Vanessa mulher. Ser a Vanessa casada. Ser a Vanessa mãe da Maria. Ser a Vanessa profissional. Ser a Vanessa mãe do Rodrigo. Ser a Vanessa filha. Ser a Vanessa amiga. Ser a Vanessa esta e muitas pessoas.
É o jogo de ser todas estas Vanessas e como não ando a conseguir jogar esse jogo, viro-me para jogo do toca e foge… Toca aqui e toca ali e no final, vai-se a ver, e não ando a tocar grande coisa. Digo eu. Saberá melhor quem anda por aqui a pairar enleado no olho deste furacão que são os meus dias…
Como não quero ver fugir (ou de fugida) a vida destes dois, sento-me e observo. Literalmente.