na sala de espera do hospital.
não, não é a minha mãe. primeiro sou eu. depois logo subo ao internamento.
às vezes penso mesmo que os meus dias têm quarenta e oito horas. não, não deviam ter. têm.
estive em reunião desde as nove e meia da manhã. ao almoço, engoli em trinta minutos, dois pratos de arroz com feijão, banana frita, frango e salsicha brasileira. empurrei com morangos e mousse de maracujá. sim, estava esfomeada. a reunião continuou.
saí a meio, tinha de ser. cheguei agora ao hospital. estou à espera que me chamem. uma citologia aspirativa. mais uma. não, não estou preocupada. nada mesmo. não é só para o blog que digo isto. quero é despachar-me daqui para subir e ver a minha mãe. não, não está pior. mas também não está pior.
quando sair vou buscar a Mary. mais tarde do que ela pediu. e do que eu queria. o gordo está à espera.
no meu estômago ainda sinto o peso de dois pratos de banana frita.
*a fotografia repetida ilustra verdadeiramente o dia de hoje, ou, pelo menos, o que estou a vestir hoje…