São 7h30.
Rewind.
O despertador dele tocou. O meu também. Snooze nos dois.
São 7h21 e ouvimos três fungadelas duas portas ao lado. Ele levanta-se e vai apanhar o diabrete.
São 7h30. O gordo mama. O mais velho está no duche. Eu tenho um olho aberto e escrevo este texto.
A Maria está há dois dias no forró com a tia e a prima. Se eu deixasse, ficava por lá o resto do mês.
[A minha mãe está internada por motivos pouco simpáticos. Não que se costume ficar internado por bons motivos, mas desta vez é uma situação um bocadinho mais chata. E nós já conseguimos entrar (sem tropeçar) neste loop da nossa vida casa.escritório.hospital. Não, não estamos debaixo de água. É que isto é como saltar à corda. Nunca se esquece.]
O gordo acabou de mamar. Vou tomar um duche e ele gatinha pela casa-de-banho enquanto o pai se arranja. Tomamos o pequeno-almoço. A minha sogra chega. O diabete sorri.
[Ontem à noite fiz uma vídeo chamada para o gordinho ver a minha mãe. Estava ao meu colo. Viu a avó e desatou a chorar. Olhava para o telemóvel, esticava as mãos para ele e enfiava a cara no meu regaço a chorar. Repetiu. Uma. Duas. Três vezes. Desistimos.]
Ainda não sabemos por quanto tempo vamos estar neste esquema de estadia da minha mãe em hotel. Dias vários. Provavelmente largas semanas. Ainda não sabemos se a gravidade da situação vai obrigar a uma transferência hospitalar. Nem quero (queremos) pensar nisso. Nem penso. Já estou na garagem. Vou ligar à Maria. E à minha mãe. E depois aproveitar a normalidade de uma manhã e de uma tarde de trabalho. Nos intervalos logo penso no resto.
Boa sexta-feira!