Não são raras as vezes em que recebo emails ou mensagens que me deixam sem fôlego. A minha dor não me tornou imune à dor dos outros. Mas não sou guru, terapeuta ou especialista para saber ensinar a viver depois da morte. Na verdade, nem antes, nem depois.
Posso ter a sensação que tenho (e certeza até) de que esta é a melhor forma de estar, a melhor forma de viver, mas não me posso esquecer de que é a minha. A nossa. Esta é a melhor forma de estar e de viver para mim, para nós. Não ambiciono divulgá-la ou ensiná-la. De todo.
Desejo sim continuar a partilhar. A escrever. Sempre. A escrever sempre. Como catarse. Como tábua de salvação.
E, neste exacto momento, sentada no chão da sala, com ele a rebolar entre as minhas pernas, as luzes da árvore de natal a piscar, o frio lá fora e o calor cá dentro, sei que tenho o paraíso aos meus pés.
É uma imagem idílica. Perfeita. E é reconhecendo estes momentos que vivo (vivemos) depois da morte. E antes também.