Era uma vez…
Era uma vez uma miúda que fazia alergia a tudo e mais um par de botas… Alimentos, pólens, flores e afins, metais e químicos, água, mudanças de temperatura, you name it.
Era uma vez uma miúda que fazia alergia a tudo e mais um par de botas… Mas que se estava a borrifar. Fazia, desde criança, a sua auto-dessensibilização e controle das alergias “se como agora ao almoço não posso comer ao jantar”, “sei que estou a arriscar mas o pior que me pode acontecer é ter de usar cortisona…”
Era uma vez uma miúda que fazia alergia a tudo e mais um par de botas… Um dia, a alergologista dessa miúda usou palavrões como hipersensibilidade, atopia e terminou dizendo “Vanessa para viveres bem só se conseguíssemos arranjar-te a tua própria e exclusiva bolinha actimel para te isolar de tudo.”
Era uma vez uma miúda que fazia alergia a tudo e mais um par de botas… E preocupada com o perfume pediu ajuda à médica: “fazes uma nuvem de perfume no ar e atravessas essa nuvem duas ou três vezes para que o perfume fique em ti e na tua roupa sem te tocar directamente na pele”. E a miúda ficou a achar que a médica só podia ser louca. Uma nuvem de perfume? Então ando a vaporizar perfume para o ar, gasto meio frasco e depois atravesso num vai e vem à maluca?
Bem… Isto tudo para dizer que a miúda teve miúdos. Miúdos igualmente hipersensíveis, atópicos e o diabo a sete. Não usam perfume? Era só o que faltava. Faço uma nuvem de perfume no ar, passo as roupas deles pela nuvem e está feito.
Afinal a minha alergologista não é assim tão tonta…
