Wait.
Ontem foi o primeiro dia em que não tive o Rodrigo colado a mim all day long. Foi o primeiro dia em que esteve o dia inteiro sem mim. Corrijo, esteve comigo de três em três horas para mamar e nos intervalos mimo e só mimo da avó. Foi o dia do evento anual (da empresa) e não me passou pela cabeça faltar. E não é porque a carreira é a minha prioridade. É porque tenho saudades. Tenho saudades de estar rodeada de outras coisas que não desenhos animados, manicures, fraldas e fichas da escola. Tenho saudades de ouvir falar sobre resultados, projectos e estratégias. Tenho saudades dos meus colegas. Tenho saudades de não ser só-mãe.
E isso não é colocar o que quer que seja à frente dos meus filhos… como me dizia uma chefia sempre que a Maria estava doente e com quem foi um privilégio trabalhar: tu sabes qual é a tua prioridade Vanessa.
A minha prioridade são os meus filhos e a felicidade deles. E isso também inclui ser uma mãe-mulher-esposa-profissional.
Mas a minha carreira não é a minha prioridade.
Nem agora. Nem nunca.
E, mães que me lêem – reparem que disse mães e não mulheres, também não devia ser a vossa.
Faço parte do grupo de aves raras que adora o que faz e que sai sempre bem disposta quando vai a caminho do emprego. Sempre.
Se foi sempre assim? Não, já trabalhei numa área e com uma função fantástica mas que a dada altura me deixou muito desconfortável pelo ritmo e ambiente de trabalho. O que é que fiz? Quem está mal, muda-se.
Bem, voltemos. Eu gosto mesmo do que faço. Gosto do que faço, gosto da empresa onde o faço, gosto dos colegas e das outras pessoas com quem trabalho. Gosto mesmo. Quando estou a trabalhar, essa é a minha preocupação. O meu foco. Mas, lá está, trabalho porque não vivo num mundo utópico. Trabalho porque no final do mês tenho contas para pagar. Se conseguisse ter as contas pagas e pudesse passar a vida a viajar, mimar-me e mimar os meus, ler como se não houvesse amanhã,… ui!, não hesitava um segundo!
A minha carreira, de que me orgulho e a que me dedico, não é a minha prioridade. E é isto: dedicação e priorização não são incompatíveis. De todo. A minha prioridade sou eu, a minha família e, acima de tudo, os meus filhos. Agora – que estou de licença, e sempre.
Mas, relembro, a minha prioridade são os meus filhos e a felicidade deles. E isso também inclui ser uma mãe-mulher-esposa-profissional.
E agora, ainda bem que foi só um dia porque é tempo de voltar ao registo mamã dondoca.
Ah eu sei que a ideia não era focar na questão do trabalho mas não deixo de me roer de inveja sempre que leio que alguém tem um trabalho que gosta.
Sim quem muda deus ajuda mas eu estive 3 anos sem arranjar emprego na área, entrei numa depressão nervosa porque depois finalmente quando arranjei mesmo tendo sido numa boa empresa a área não me atrai em nada e não é nada o meu estilo. Espero um dia conseguir mudar, estou a tentar por isso.
PS E sim, não é exigir de nós mulheres, mas penso que somos muito completas quando pensamos que podemos ser tudo: mae mulher esposa e profissional.
Olá Sofia,
Claro que sei que nem sempre se pode fazer isso, mas quando não se está bem, tem de se pensar em mudar. Pensar e fazer por isso.
Um beijinho grande