“Vocês são doidas. Ela tem 80 anos. Vão mesmo oferecer-lhe um smartphone?”

“Ela é doida. 80 anos com um smartphone? Ela quer mesmo um smartphone?”

Observo a minha avó de 80 anos com o seu Samsung oferecido pelas filhas e netas. Tira várias selfies (podíamos dizer auto retratos para fazer jus à idade, mas já que estamos numa de tendências, selfies sound just better), abre a galeria de fotos e analisa comentando comigo “Ai filha, estou tão cheia de rugas”.

Whatsapp. Chat. Famelga. “Ai que não, isto não é uma mensagem da avó”. “Oh Joana és tu que estás aí em casa da avó?”. “Não.” “Oh tia, é a Joana não é?”. “Não.” 10 smiles seguidos. A minha avó responde ao nosso espanto com 10 smiles.

Sim, esta é uma família de doidas. Se doidos são a minoria, então muito doidas sejamos. Por contrariar. Por fazer. Por andar para a frente. E por ser felizes. Muito felizes.

Não se acanhem. Somos sempre capazes de tudo. Basta querer. Só a morte é que não tem remédio. Vão por mim.