É confuso escrever sobre este livro.
Não consigo de forma nenhuma dissociar o todo da parte. A parte que conheci primeiro por Silvina e mais tarde por Rita, quando começámos a trocar emails. A parte que me toca directamente, a de assistir de forma totalmente impotente ao definhar do único ser humano que, na altura, julgava nunca vir a perder, a minha irmã. A parte que veio ter comigo depois da morte de Rita, a que se chama Marina. Irmã da Rita.
Por isso não é fácil. Não é fácil comentar a forma. Não é fácil analisar personagens e enredo. Não é fácil avaliar a linha condutora, o espaço e o tempo.
Mais do que não ser fácil, é uma impossibilidade. Não consigo mesmo. Queria dizer à Ana Casaca que a sua escrita é fabulosa, ou que não é. Queria dizer à Ana Casaca que não tem o direito de escrever sobre o que não viveu, ou que tem e que o fez de forma perfeita.
Queria escrever muita coisa que não consigo. E isso é estranho. Eu não conseguir escrever.
O povo português e o mundo em geral, gosta de drama, da desgraça alheia, do coitadinho e do sofredor. E eu não consigo avaliar este livro assim. Não consigo. Porque não cultivo o drama, nem o espírito do coitadinho e não gosto da desgraça alheia. Porque agora, depois de duas noites dormidas desde que o terminei, continuo a sentir um nó na garganta quando o recordo. Continuo a saber que as lágrimas que perdi quando o li, não foram perdidas. Foram libertadas. Mais umas quantas.
Posso não conseguir avaliar este livro como era esperado. Mas consigo e devo um Obrigada à Ana.
[O verniz é propositado. Esta sou eu. A que chora com a saudade enquanto pinta as unhas porque adora. E sabe o quanto ela adorava.]
Foi com um texto semelhante a este que conheci o teu blogue há uns bons anos. Descobri-o porque na altura uma grande amiga minha lutava contra um linfoma. E é por textos destes que continuo a passar por aqui todos os dias e a emocionar-me com cada sílaba. Porque nem sempre é fácil colocar tão sabiamente em palavras o que o coração sente. Porque o ser uma pessoa forte, não significa que não se sofra. Porque este nunca será um fashionblogue (se assim fosse eu talvez não fosse tão assídua) e tu nunca serás só uma fashionblogger. És muito mais que isso.
A minha amiga curou-se. E eu rezei e rezei para que aqueles dias de silêncio teu em abril não quisessem dizer o que eu temia.
Beijinhos e obrigada por estares por aí.
Um grande abraço Me!
Um livro forte.
http://www.prontaevestida.com
Fizeram me chorar no intimo (por ser inoportuno visualmente)
Um beijinho grande a todos os que choram pelos seus queridos!
Olá, não a conheço nem nunca ouvi falar do seu blog, só quero agradecer as suas palavras. E concordar com o facto de que mesmo fortes as pessoas sofrem , muito e todos os dias! Eu sou a mãe da Rita e da Marina ♡♥