E, desta feita, ao invés do desabafo que tive no meu perfil pessoal, não vou pegar no ser humano que o Gonçalo é e que merece a vida (ou pelo menos a hipótese de sobreviver) como qualquer ser humano.

Vou pegar no outro ser humano. O tal. Ignorante (com toda a certeza), inconsequente e quiçá, cruel. Vou pegar nesse ser humano e dizer apenas isso, que é um ser humano, não é uma máquina. E  os seres humanos – e aí está a beldade ou fealdade dos mesmos, não são previsíveis. Não são lógicos. Não são óbvios.

Quando a minha irmã esteve doente e apelámos através das mais variadíssimas formas para que as pessoas se fossem inscrever, alguém próxima, mãe de duas crianças, muito sensível e que muito me estimava disse: “Sim Me, eu inscrevo-me, mas há alguma forma de ter a certeza que só vou doar se for mesmo só para a tua irmã?”. Na altura, fui incapaz de responder. Aquela postura não combinava com a pessoa que eu tinha à minha frente e que eu conhecia. Maldade? Crueldade? Não. Ignorância pura e simples. E, sim, também instinto de sobrevivência (claro, por causa do tal desconhecimento).

Por isso, mais do que eu, ou uma jornalista, ou uma revista, queridos profissionais de saúde (por quem eu tenho um profundo respeito e admiração, e muito carinho particularmente por todos os que acompanharam a Nídia), esclareçam, expliquem, alertem e, por favor, eu sei que têm protocolos que devem ser seguidos à risca e procedimentos a cumprir, mas não custa nada fazer um boneco (que eu gatafunhei em 3 segundos) para ter a certeza de que a outra parte percebeu.

E não. Isto não é coacção. É ser claro, conciso e transparente

I rest my case.