No carro a caminho de uma consulta e depois de ter corrigido “tocografia”…
– Ai Maria, não sejas preguiçosa, falavas tão bem quando eras bebé…
– Oh mãe e quando o avô dizia arroz eu também dizia bem? – não me perguntem onde foi buscar o arroz…
– Sim claro!
– E quando a avó dizia lápis eu também dizia bem?
– Sim, também!
– E a tia Nídia?
– Maria quando nasceste a tia Nídia já tinha morrido.
– Oh mãe sim mas eu conheço-a.
– Conheces?
– Sim e falo com ela.
– Ah falas? Quando?
– Olha mesmo agora, agora mesmo estava a falar com a tia Nídia!
…
A minha filha (5 anos) nasceu 6 meses depois de ter perdido o meu avó materno, que eu amava tanto. Felizmente ainda tive tempo de lhe dizer que esperava uma menina, ele sorriu.
um dia estava ela sozinha a brincar no quarto ouço-a a falar com um “Bivô” numa amena cavaqueira, e perguntei-lhe quem era, respondeu-me que era o Bivô Ilídio, que era muito amiga dele. Chorei e ri ao mesmo tempo, o amor é eterno e permanece nas nossas vidas.