Se chegava a hora de chegar e eu (ou a Nídia) ainda não tínhamos aparecido, nunca ficava ansiosa. Há trânsito. Há transportes que se atrasam. Há pequenas pessoas – adolescentes ou adultas, que se distraem com horas. Para ela, não havia motivo de preocupação. Sabia, como provavelmente só uma mãe sabe, que estava tudo bem.
Com quinze anos ligava-lhe três, quatro, cinco vezes por dia quando estava em casa de férias. Com trinta e quatro ligo-lhe três, quatro, cinco vezes por dia quando estou em casa com os miúdos. E, se anoitece e ainda não liguei, não fica ansiosa. Está tudo bem.
Com dez anos pedia-lhe ajuda nos trabalhos de casa enquanto ela fazia o jantar. E mais tarde também. Hoje, peço-lhe ajuda quando estou a fazer o jantar.
Está sempre aqui quando preciso dela. Sempre. Eu – nós, estamos à frente de tudo. E não é necessário verbalizar ou pedir. Ela sabe. Ela está quando tem de estar.
Repito dez vezes a mesma conversa quando preciso de desabafar. E ela escuta dez vezes com a mesma paciência com que a escuto quando me conta a cena de um episódio de uma série que eu não vejo.
Ela é calma e tem uma energia infinita, sofre sem que se veja e é o optimismo em forma de ser humano.
Ela faz tudo. Não faz. É. Tudo por mim. Por nós. É a super-cola desta família.
É, sem dúvida absolutamente nenhuma, a melhor mãe do mundo.
Parabéns.