Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

A inocência (dela)

Disse e repito. Ela não é a mais linda – se bem que esteja a ficar cada vez mais.

Mas é, desde sempre, a mais doce. Chamar-lhe potinho de mel seria eufemismo. É a mais dengosa, a mais mimoca e a mais pura. Não quer ser a melhor, não tem maldade, egoísmo ou qualquer espécie de competitividade. É tão ingénua e apaziguadora que pede desculpa quando é a ela que lhe devem perdão, só para que todos estejam felizes.

É tão inocente, tão vazia de maldade ou esperteza dessa que já se observa nos pares, que chega a dar medo.

Mas depois paro e lembro-me das palavras do meu pai já eu trabalhava “Tu nunca vais deixar de ser sempre assim, sincera e transparente, não é? Mas também a verdade é que te tem corrido bem…”

Tens tempo filha. Tens tempo de ganhar essa esperteza. Tens tempo de querer competir. Tens tempo de ser orgulhosa.

Ou então não. Vais perceber que essa esperteza não traz felicidade. Vais perceber que só interessa seres melhor (e não a melhor) por e para ti. Vais perceber que esse orgulho palerma de que tantos se orgulham não vale de nada. E vais ser feliz. Como a mãe.

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