Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

There’s no such thing.

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Isto não é sobre auto-estima. Direi eu.

Também não é sobre qualquer ‘segredo’.

Isto é sobre ti. Sobre mim. Sobre qualquer um de nós.

Estamos cá para viver. Nós não estamos cá para sobreviver. Ninguém é feliz a sobreviver.

Ninguém pode esperar por amanhã para ser feliz.

O tempo ideal não existe. Esse é o maior erro do ser humano. Esperar o momento para ser feliz? There’s no such thing.

É agora, com a mãe doente, ou com o marido desempregado, ou com os filhos de cama, ou depois do funeral do avô. É agora. É agora que temos de ser felizes. Com um destes ‘ses’. Ou até com todos eles. A felicidade vive-se. A felicidade são momentos. Sorrisos. Pensamentos. Abraços.

A maior limitação do ser humano é não perceber que o momento ideal não existe e que não podemos estar sempre à espera dele para tudo. O momento para casar, para fazer as pazes, para ter filhos, para perdoar ou ser perdoado, para se começar uma dieta, ou para procurar um emprego novo. Sobretudo, o momento para ser feliz. Temos de ser felizes com o que temos agora, hoje. Amanhã logo se vê.

Disseram-me que isto tem a ver com auto-estima. Com um bocadinho de auto-comiseração. Com o “ficar com as torradas queimadas que não servem para os outros mas servem para nós”. Não sei. Ainda não sei se é mesmo auto-estima. Esta ladainha do “vai-se andando” tão agarrada ao nosso povo, neste país é contra-natura. Metemos na cabeça que temos o fado, que somos o fado e que temos de viver como o fado. Eternamente insatisfeitos? Eu direi eternamente deprimidos. Com este clima? Com este estado de calma (sem guerras)? Com esta cozinha mediterrânica? Com estas paisagens?… E não, não me venham dizer que se trata de ambição ou insatisfação! Não é. Não pode ser.

Quanto mais oiço, quanto mais leio, quanto mais observo, mais certeza tenho de que se trata sim de uma desvalorização de tudo, começando por si próprio.

É, verdadeiramente, uma porra de educação! E não estou a acusar mães ou pais ou tios ou avós, mas tudo e todos no geral (inclusive a sociedade próxima que vos rodeia) por não terem combatido isso ou essa forma de estar e viver.

Não esperem mesmo por amanhã. Ou pelas próximas férias. Ou pelo próximo emprego (que não vos vai cair ao colo). Até porque o amanhã pode não existir.

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