Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

Não ser solidária com…

Não é nem porque sim, nem porque não. É porque não aconteceu. Benzadeus a genética ou a sorte que me calhou na rifa.

Não sou solidária com fotografias de pés de grávida que encarnaram elefantAs. Não sei o que é isso de retenção de líquidos e de inchaços que nos elefantizam.

Não sou solidária com fotografias de bocas e narizes de grávidas que encarnaram porquinhas. Não sei o que é isso de retenção de líquidos e de inchaços que nos ensuínam.

Não sou solidária com conversas de recém mamãs que não dormem e que têm alguns (vários) neurónios disfuncionais à conta de carência de sono. Não sei o que é isso de cólicas e bebés que não sabem que dormir é bom e faz falta (à mãe e à criança).

Mas, não ser solidária com coisas que tal, não me torna a pior pessoa à face da terra. Não me faz ter a mania que sou boa. Faz-me simplesmente poder dizer que tive uma sorte do catano. É só isso, sim? E eu nem sequer exibo essa sorte (o meu blogue é o meu diário e não o considero qualquer espécie de veículo de exibicionismo). Limito-me a não comentar esse tipo de conversas ou situações. Corrijo, fujo a sete pés desse tipo de conversas ou situações. Não sou nenhum esquisita que não gosta de falar da gravidez ou da filha (que falo muitooo, com os meus, e os meus, são os de casa, amigos ou família). Só acho que se é para me manifestar positivamente sobre um tema que o resto dos participantes da conversa tem uma vivência tão oposta (e comum entre todos eles), mais vale remeter-me ao silêncio.

Estamos esclarecidas?

E, já agora, não sou solidária com lamúrias sobre não dormir por causa do tamanho da barriga. GOD! Sabem lá o que é não dormir! Estive uma semana INTEIRA sem dormir enquanto grávida e à conta disso a minha filha parou de crescer. E não, não é por isso que sinto qualquer solidariedade. Não, não sou solidária com grávidas que vomitaram este mundo e o outro até aos 3 meses. Eu tomei Nausefe até ao dia em que pus o pé no hospital para a madame nascer e ainda assim, comia tudo e ninguém me ouviu queixar de enjoos. Sabem o que vos digo? Look at the bright side… there’s always one. E no que toca à gravidez, o que não falta é bright sideS para olhar e admirar.

25 Discussions on
“Não ser solidária com…”
  • Ao ler este post só me vem uma palavra à cabeça : “egoísmo” do mais profundo que há.
    Há e tal, se eu sofri calada, todos têm que fazer o mesmo e ser solidária é que está mesmo fora de questão.
    Enfim…Pessoas…

    • E a Ana Rita também é voluntária? E dadora? Defensora dos pobres e oprimidos? Miss perfeição? Há tanta gente tão boazinha, tão recta, tão modesta e tão perfeita na blogosfera que me pergunto onde andam na vida real… menos sim? E uma ajuda grátis, se tem problemas de interpretação, posso recomendar-lhe uns quantos livros para desenvolver essa competência e começar a ler o que está escrito e não o que gostava que estivesse…

      • Respondendo : sim, sou isso tudo que perguntou.
        Mais questões???! Estou disponível a responder.
        Não sou seguidora do seu blog, sinceramente só entrei no mesmo porque o blog ” a garota de Ipanema” tem uma hiperligação ao seu blog e quis ver do que se tratava e de facto já vi que é mais do mesmo. Gentinha que tem blogs acha sempre ou quase sempre que tem razão daí a sua enorme necessidade de exprimir o que sente .
        Quanto à interpretação, muito obrigado pelos seus conselhos mas penso não necessitar visto já ter feito Português há alguns anos e a nota na globalidade (interpretação incluída) ser de 18.

    • Oh Ana Rita, lá porque a Me não tem a mesma opinião que a sua não quer dizer que seja egoísta.

      Egoísta é você por querer que toda a gente pense o mesmo que você. Já ouviu falar de liberdade de expressão?

      Por amor de Deus!!!
      Me adorei o post!!! 😀

      Eu não sou solidária com enjoos das grávidas (nunca os tive) não sou solidária com noites mal dormidas. Cada um escreve o que quer no blog e ponto. Continue assim eu adorooooooooooo

  • Concordo! Há que, pelo menos tentar, ver sempre o lado positivo de todas as situações menos boas. Se virmos com olhos de ver, encontramos sempre algo de bom. E refiro-me a tudo na vida. 😉

    beijinho

  • Me não precisas ficar ofendida com os comentários e se escreves o que pensas também deverias, digo eu, aceitar a resposta do outro lado. Além do mais devias respeitar mais as pessoas e moderar os termos que usas: “elefantas”? É só a minha opinião. Gosto imenso de ler o teu blog. Beijinho

    • Oh Bárbara, pela minha saúde se não usei o termo ELEFANTAS da forma mais brincalhona possível!

      Caramba que toda a gente leva tudo a peito… juro que gostava de saber se tivessem mesmo problemas sérios se também iam ficar assim ofendidas com tudo. Faz-me sempre lembrar a história da minha irmã careca a pedir à minha mãe para lhe comprar um shampoo… há que saber brincar com as situações, sim? Brincar não é ofender, é minimizar, é relevar, é fazer de conta. E além disso, conforme disse no próprio texto (ou deveria subentender-se) são condições genéticas e normais, das quais eu tive apenas SORTE, de não ter padecido.

      beijinho

  • Devias ser solidária comigo que já não estou grávida há um ano e só de me lembrar ainda me queixo… Quero solidariedade!!!!!!! 😛

    • Tu és uma horrorosa que não merece a solidariedade de ninguém e além disso és uma egoísta que não quis amamentar a filha e uma queixinhas que só se queixa da gravidez, esse estado de graça abençoado. Tenho dito.

      Sabes que mais, devíamos criar um clube de leitura e de ensinamento de interpretação da língua portuguesa? Começamos por explicar o que querem dizer as palavras sarcasmo, ironia, desvalorizar, brincar? 😉

  • Há de facto uma coisa que me intriga…as pessoas estão sempre a criticar…ora é porque és egoísta, ora porque sei lá. Se se sentem incomodadinhas que não leiam…e nem comentem. Tenho aversão a falsas “madres teresas” deste mundo, as da blogosfera e da vida real….(sem ofensa e com muita admiração pela Grande Mulher que foi Madre Teresa de Calcutá).

    ps: continuo a gostar de te ler anyway

    • Li hoje a 1ª vez, como já referi, e não faço questão de ler nunca mais.
      Se não sabe se sou leitora assídua ou não, simplesmente não comente usando esse tipo de desculpas.

  • Foi o que eu pensei quando li o post: “Sorte do caraças!”. Mas o que acontece é que as pessoas ainda não sabem brincar, não percebem o humor.

    A minha avó foi operada à coluna há umas semanas, pelo que anda devagar devagarinho, e eu, volta e meia, lá lhe digo que ela acabou de ser ultrapassada pelas formigas… E no hospital sugeri-lhe, a ela e às colegas de enfermaria, tudo pessoal de ortopedia, que era giro fazerem uma corrida de andarilhos até à casa-de-banho… E ela já sabe que volta e meia me saem estes disparates pela boca fora, mas não leva a mal e até se ri! (Que é o objectivo!) Caso contrário, o que é que vamos fazer? Passar o dia inteiro a chorar? Para isso já bastam os momentos de dores insuportáveis…

  • Isto de facto, há com cada uma!
    Não é suportável a quantidade de virgens ofendidas que por aí andam!! De verdade, não é!!
    Estou rodeada de grávidas, ou de mães recentes, e todas, sem excepção, se referem a elas em tons bem mais prosaicos que os apresentados. Ora vamos lá a ver, o que aqui está é um Blog, não um jornal, não tem de haver moderação nas palavras, só pelo facto que esta plataforma é pessoal. Tal como a casa, ora em casa de cada um, cada um diz o que quer e da forma que quer!
    Lembre-se Me, fica sempre bem mostrar solidariedade, empatia e todos esses sentimentos tão altruístas. Ainda que não os sinta! Viva de fachada, afinal, é o que é suposto fazer-mos.

  • Eu tive uma gravidez santa e tenho um bebé santo 🙂
    Durante a gravidez fiquei grande como uma elefanta, gorda como uma porca lol e foi, sem dúvida, a altura em que me senti mais bonita, mais sensual e mais segura (quem gostou dessa fase foi o marido eheheh). No fim sofri um bocadito com a minha amiga ciática mas passava as noites acordada com um sorriso nos lábios a imaginar o bebé que desenvolvia dentro de mim… Levei uma gravidez tão tranquila, serena e feliz, sinceramente o meu bebé não podia ser de outra forma 🙂 é um bebé feliz, sereno e tranquilo. Tudo é reflexo das nossas atitudes e forma de estar na vida! Por isso me identifico tanto com o teu Blog Me 😉 Beijinhos

  • Ana Rita, eu diria que egoísmo é inundar os outros com queixumes sistemáticos a respeito da nossa vida, que é precisamente aquilo que este post critica. Mas tudo bem. Cada um lê as coisas como dá mais jeito.

  • Olha, eu sou solidária com essas maleitas todas, já estive grávida CINCO vezes, não amo estar grávida, mas… eh pá, self-pity sucks. Uma pessoa até pode ser solidária e compreender os dramas todos (eu não tive muitos, enjoei um bocado e tal, mas nada de retenção de líquidos e afins, mas compreendo a “dor” de quem passa por isso), mas estar sempre a levar com a mesma conversa é dose. E, lá está, há que ver a coisa pelo lado positivo: cada semana que passa é uma semana a menos, há “males” bem piores e tudo aquilo é temporário. Já outras doenças e outros dramas são bem mais graves e permanentes, portanto… há pior. E não há nada muito melhor do que sentir um bebé aos pontapés dentro de nós…

  • Mas o que tem de ofensivo o post??? Eu bem digo que as pessoas em Portugal não andam nas suas normais capacidades!! E sim, eu fui uma das grávidas queixosas, chatas, elefantas?? elefantadas?? Já nem sei bem o que escreveste. Ensuinada nem tanto, graças ao senhor!! E tb fui (sou) uma mãe que me queixo. Tá me no sangue. Queixo-me muito. E tenho motivos. Mas queixo-me de barriga cheia como se costuma dizer. E sou uma mulher/mãe super-hiper feliz. Não é por nos queixarmos que não somos felizes.

  • Ihihihihihihih

    Estou com a Ursa também fico ofendida por não seres solidária comigo. Só me faltava ser verde para ser igual à princesa Fiona
    ahahahahahaah

  • um valente ‘lol’ para as pérolas escritas em comentários!
    Me… gostei do post, tem piada na realidade, porque supostamente gravidez não é doença e parece que são mais as vezes que parece isso que um estado de graça! e atenção que eu nunca estive grávida, mas já vi várias versões de gravidez!
    sinceramente, folgo em saber que és ”egoísta” e não partilhas solidariedade nestas ”dores”! 🙂

  • Pois eu fiquei uma porca, suína e elefanta e fotos?? Tenho duas, uma num casamento 3 semanas antes de parir e com 24kg a mais no corpinho (a modos que parecia um balão prestes a rebentar) e no aniversário da minha afilhada com mais uns 2/3kg em cima dos 24… Não me queixo, porque engordei.. até porque engordei porque quis, porque me permiti, porque consegui (vomitei uma única vez porque comi demais e estava com 7 meses). Depois toca a fazer dietinha e prontes…voltei ao que era. Sem dramas, lamúrias ou outras coisas tais…

    E sim..dormi sempre muito e muito bem, obrigada 🙂

  • Tenho disso no serviço e não me refiro só a gravidezes, trata-se de autênticas hipocondríacas, às quais prefiro suavizar e trata-las como verdadeiras “drama-queen’s” 😉
    A sério?? Há coisas tão boas de se aproveitar e vamos pensar em dores de córó-cócó???? Bjin Me

  • Pois é, tb concordo ctg. Acho que às vezes as pessoas não põem limites aos seus “queixumes”. E acho que adoram queixarem-se de tudo e mais alguma coisa. Gostei do post. Gosto de pessoas sinceras, que não dizem apenas aquilo que os outros querem “ouvir”. Só mais uma coisa: Egoístas são aqueles que só se sabem queixar da vida a torto e a direito. É mesmo isso: e verem o lado Bom da coisa? Nada? Então uma gravidez implica td isso e mt mais, é mesmo assim, ponto. Temo-nos de rir mais das situações, e não estar continuamente a nos lamentarmos da vida só porque sim. Detesto de estar acompanhada de pessoas que só se querem lamentar da vida, mas e tipo fazerem algo para mudar? Ah isso nada, é melhor ser a vitima. Adoro pessoas como tu, positivas, com sentido de humor. Precisamos de mais pessoas assim. Beijinhos e keep on going

Leave A Comment

Your email address will not be published.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.