Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

Das modas

O temo do momento gira em torno da simplificação da vida e do quotidiado. As palavras simplificar, destralhar, clean, limpar e arrumar são recorrentes em cada esquina. Em cada blog. Em cada crónica. Em ambiente laboral, nunca o kaizen foi tão referido.

Mas atentem, dar mais valor ao que é importante não implica necessariamente deitar fora objectos. Ou reciclar peças. Tampouco é deixar de comprar o que quer que seja.

Dar mais valor ao que é importante é isso mesmo: dar mais valor ao que é importante para cada um. É deitar fora o que não nos faz feliz e manter o que nos aquece o coração, seja um monte de revistas, um par de sapatos ou um álbum de fotografias.

Antes de arrumarem a vossa secretária lá de casa, simplifiquem a vossa cabeça, o vosso coração e limpem a vossa alma.

8 Discussions on
“Das modas”
  • Palmas!!! Muito bem dito! As pessoas dão demasiada importância ao que as faz infeliz, ficam vidas a lamuriar-se das coisas más e esquecem-se de coisas tão simples, tão “à nossa mão”, para serem felizes.

  • O minimalismo não é para mim. Deitar fora por deitar fora, quase como obrigação… eh pá, não. Claro que há coisas que para mim são pura tralha que deito fora sem pensar, sequer. É o caso de papeladas e tal. Agora coisas como livros, dvds, cds… não consigo. Livros então, é para esquecer. Porque, para mim, não são tralha, logo não são passíveis de “destralhamento”. Para mim, são memórias, são coisas importantes a que gosto de regressar com frequência. E não me sinto mal por isso. Tenho uma casa atafulhada? Tenho. Mas é a minha casa, o meu lar. Não é uma coisa impessoal, limpa de tudo o que possa encher. E ainda bem!
    Já a cabeça, essa, faço questão que ande limpa. Por exemplo, não a ocupo com os dramas do minimalismo! 😉

    • Sabes que quando andei a auditar KAIZEN, escrevi este texto e ontem, que andei a “destralhar” os rascunhos do blog, dei com ele.

      Achei que fazia todo o sentido não o deitar para o lixo 😉

  • Pois, é isso. Destralhar não é deitar fora o máximo que conseguirmos mas por vezes dá-me a sensação que muita gente (e alguns blogues) se focam muito nisso. Há tralha e há objectos que nos dizem coisas, que evocam memórias, que são de família. Por vezes parece-me que esta fobia do destralhamente é uma reacção à fobia do consumismo, tipo 8 ou 80, dois extremos, ou consumo desmesuradamente ou deito tudo fora, sem meio termo.

  • Não podia estar mais de acordo. Eu sou muito apegada às coisas, mesmo que não tenham utilidade nenhuma custa-me deitar fora. Prefiro guardá-las e esperar que, talvez um dia, deixem de ter significado para mim.
    Beijinhos *

  • Concordo em parte porque destralhar o ambiente físico que nos rodeia é também destralhar a nossa cabeça, o nosso coração e a nossa alma. É todo um renovar de energias. Diria mesmo que, para arrumar a nossa cabeça, o nosso coração e a nossa alma é necessário começar primeiro por arrumar aquilo nos rodeia. E não, não implica desfazermos-se do que nos aquece o coração, é bem diferente disso. Gostei do ponto de vista 🙂

    **Beijinhos**

  • Pois não podia concordar mais,dos melhores textos que já li acerca do assunto.
    Confesso que sou fã do minimalismo,mas não gosto de uma casa vazia e impessoal,deve haver sempre um equilibrio.Acho que nada é positivo quando levado ao extremo.Não gosto de uma casa atafulhada de coisas,mas gosto de roupa,sapatos,artigos de decoração…gosto de ter variedade,mas gosto de usar tudo o que tenho.Se não uso vai fora e com extrema facilidade.Mas o que para mim não é importante,poderá ser para outros.Não há nada como sermos nós próprios e fazer o que nos faz Feliz,seja destralhar uma casa,a cabeça ou a vida ou enchê-lá de memórias.

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