Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

Para encerrar este assunto de uma vez.

Recebi várias mensagens e emails sobre o mais recente post polémico. Comecei por responder de forma individual, mas como já estou noutra (eu escrevo um texto, publico o post e para mim o assunto fica encerrado) e quero encerrar este assunto, aqui ficam algumas considerações, sendo que quero acreditar que quem se deu ao trabalho de me escrever directamente tamanhos testamentos (não estou a ser pejorativa ou irónica, que isto das palavras escritas têm esta particularidade de nunca serem percepcionadas da mesma forma que quem as escreveu) é porque realmente ficou magoado.

  • sou relativamente fria e racional em relação à maioria dos temas a que grande parte das pessoas não é. Atenção, ser fria e racional não é o mesmo que ser despreocupada. Antes pelo contrário. Por outro lado e, contraditoriamente, facilmente me emociono e me sensibilizo com situações ou assuntos que outras pessoas conseguem simplesmente ignorar. Sempre fui assim e a minha história de vida exacerbou esta minha forma de estar. Os meus amigos e familiares conhecem-me e incomoda-me que sejam “chamados” no meu achincalhamento blogosférico. E não, neste ponto não aceito que digam que me pus a jeito.
  • os meus desabafos no blog, são isso mesmo, desabafos. Não ataco ninguém, não ofendo ninguém, não aponto o dedo a ninguém. Se alguém se melindra, not my fault. Todavia, as pessoas que comentam têm de perceber que quando o fazem é sempre forma direccionada. Deste lado do blog está só uma pessoa. Eu. Por isso, parece-me natural que eu ache que tenho o direito de me ofender, melindrar ou magoar. É direccionado, ok? Não se escudem, não se defendam, não se façam de inocentes porque aqui também não há volta a dar. É direccionado sempre.
  • o post em particular que mereceu toda a espécie de comentários ofensivos e para lá de desagradáveis – não estou como é óbvio a referir-me a comentários que discordam de forma educada da minha opinião, não ofendeu ninguém, nem tampouco as mamãs a que normalmente chamo de “afectadas”. Sim, “afectadas”. O post ridicularizava sim, as pessoas que dizem barbaridades como “Com 1 ano e ainda não diz nada? O meu com 4 meses já dizia mamã e papá.” Se lerem todos os comentários ao referido post, há pessoas a comentar que, culpa das hormonas ou da sua própria personalidade, se deixam afectar verdadeiramente por este tipo de comentários (uma delas em particular é alguém de quem gosto muito e que tem passado momentos pouco fáceis devido a este tipo de comportamentos). Parece-vos bem? A mim não. Pelo meio aproveitei para dizer as minhas piadas irónicas, quiçá presunçosas e contar algumas particularidades da minha filha (normal, não?).
  • por último e para esclarecer definitivamente o motivo que leva a que ultimamente tenho escrito sobre esta questão das mamãs é porque como já disse (não sei se aqui ou no facebook), lido diariamente com uma mamã que no meio de um grupo de 10 homens (a maioria solteiros e sem filhos) e onde estão apenas duas mulheres (eu e ela), não faz outra coisa que não seja descrever a quantidade de cocós que a filha faz e outros disparates que tal.

Ser afectada ou não, adorar falar de fraldas ou detestar, comparar ou não, não nos torna melhores ou piores mães, não diz que amamos mais ou menos os nossos filhos. Falar sobre fraldas all day long  simplesmente não é a minha praia e, desculpem lá, mas este blog é a minha toalha na minha praia. Ou seja, se há sítio onde tenho o direito de escrever o que quero (sem ofender ninguém) é aqui. Todavia, isso não dá o direito a quem me lê, de achar que pode ofender, magoar ou achincalhar, tão só e apenas porque uma carapuça lhe pode ter servido, porque se melindrou ou porque não tem mais nada que fazer que não seja destilar as suas frustrações em alguém que não conhece e que, só por acaso, sou eu.

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9 Discussions on
“Para encerrar este assunto de uma vez.”
  • Este tema deixa-me com mixed fellings. Mas acho infeliz quem funcione pelo ataque como forma de resposta ofendendo pessoas que não são perdidas nem achadas no tema. Adiante. Conheço algumas mães que cada vez que as revejo me fazem 30 mil perguntas. Primeiro ficava visivelmente irritada. Desviava assunto e respondia de forma parca. Depois comecei a questionar a insistência e percebi que “mães-helicópetro” à parte algumas têm mesmo muitas dúvidas e puxam o assunto para despistar algumas inseguranças.
    Passei a ignorar quem me quer mostrar que tem o bebé supremo e a tolerar quem só quer dois dedos de conversa sobre um tema que para mim não é chapa 5.
    A Di já anda, corre, trepa e cai (muito), bebe sozinha à muito tempo, come sozinha algumas coisas mas não fala nada de jeito, não é muito paciente e nem sempre dorme a noite toda descansada. O que é que eu fiz de certo e de errado? Sei lá, dou-lhe amor e tento educá-la com o maior carinho e serenidade. O resto estará nas mãos dela. Portanto eu percebo-te. Percebo-te muito bem. Eles têm o seu tempo. E o tempo deles não é o nosso. Mas acima de tudo eles não estão numa competição. Têm muito tempo para isso.
    Beijinho grande

  • Não entendo. Eu li o post. Não li os comentários, mas mesmo sem s ter lido não entendo que diacho existe de polémico no que escreveste. A serio.
    Tenho dois, ela (já) vai fazer 22, e ele tem 16 [e é um prato cheio, um adolescente que vale por três, tinha ‘agora’ às 11h uma sessão de psicoterapia por skype – a psicóloga que o acompanha (ele está com depressão há quase três anos) está neste momento em Londres – e… bem, acho que vou ter de fazer a tranxf€r€ncia, mas o gajo nem se deu ao trabalho de se levantar da caminha…], e digo que nada, nada do que disseste pode ser considerado passível de melindrar ninguém! Se calhar é porque quando o caso me puxa, sou uma boca de trapos no meu canto, mas JURO QUE NÃO ENTENDO.
    Olha, b’jinhos grandes, e só me vem à cabeça para te dizer, o velhinho, deixa lá.’os cães ladram e a caravana passa’ – os cães ficam lá, a caravana, não…

  • Moça, esquece isso. A sério há pessoas que não têm mesmo noção. Essas devem ser as mesmas que apenas falam dos filhos sendo o resumo restrito da sua vida apenas. Faz-me pena ver pessoas assim…. Há muito mais vida para além de filhos, etc… Como se diz aqui na minha terra c*** nisso!

  • Quando li o post achei-o sobretudo engraçado e identifiquei-me bastante. Quando li os comentários, pensei “mas a Me diz A e há pessoas que lêem B” . Depois concluí que “a Me diz A e há pessoas que QUEREM ler B”. E não entendo porquê tanta crueldade com uma rapariga que não faz mal a ninguém, que não ofende ninguém… Mas em que é que se sentem ameaçados?
    Achei sobretudo piada a quem insinua que queres é mostrar uma vida perfeita… Ora, se a Me escrevesse e escrevesse sobre a mini-me, referindo todas as gracinhas, todos os momentos fantásticos passados com ela, descrevendo toda a harmonia familiar em que vive, o que é que essas alminhas diriam???? Não é isso mostrar uma vida perfeita?
    Mas não, a Me explica que até nem fala muito da filha porque tem noção que a mini-me é uma gracinha principalmente para família e amigos mais chegados e pronto, saiem comentários daqueles. A Me explica que nem aos amigos mais chegados se põe a dar conselhos a não ser que sejam pedidos (o que me parece bem), e pronto, desgraçados dos amigos da Me.
    Ah, e aquela dos 51 kg, ia caindo para o lado! Falando em competição, essa parece-me bastante idiota… “Ora toma lá, que é para veres quanto é que eu peso!” 😛
    Me, eu não sei explicar isto, será que andas a enviar alguma especie de mensagens subliminares nesses posts que só algumas mentes mais “iluminadas” é que captam?…

    • A esse comentário só me apeteceu perguntar se a senhora tem mesmo mais de 30 anos… porque o discurso dela soa um bocado a pré-primária 😉

  • Olá me, leio-te há pouco tempo mas gosto muito do teu blog, é divertido e adoro os teus visuais 🙂 sigo outros blogs e só leio os que me agradam…não percebo porque alguém vem ao teu blog ofender e ser mal educado, é uma pena isto acontecer mas é assim a nossa sociedade. Mtas felicidades para ti e para tua família 🙂 beijinhos

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