Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

2012 também foi assim…

Comecei o ano com uma bebé nos braços (metáfora porque colo é coisa que ela nunca gostou). Reduzi o afastamento emocional com alguns amigos – OS amigos. Esta linha roça o melhor deste ano. Andei de barco. Uma vez, duas vezes, várias vezes. Trouxe outros amigos para o grupo. Fui ao Douro provar vinho. Bebemos vinho em nossa casa. Quantas garrafas? Muitas. Li. Não tanto quanto queria. Pesei semanalmente a minha filha com a mesma ansiedade de uma anorética (mas por motivos exactamente opostos). Aguardei ansiosamente o resultado de uma biópsia. Fui convidada para ser madrinha de casamento. E chorei. Voltei a ser convidada para ser madrinha de casamento. E sorri. Regressei ao trabalho. Tornei-me especialista na arte de mudar de fraldas em segundos. Visitei dezenas de vezes o Hospital da Luz. Visitei meia dúzia de vezes o Hospital Curry Cabral. Senti-me uma verdadeira vaca leiteira enquanto ouvia a bomba electrónica do leite a funcionar. Tive vontade de pôr a minha prima de castigo quando lhe descobri os dois piercings. Perdi aquele que era O homem da família. Perdi o meu avô. Chorei. Muito. E depois meti-lhe cinco pastilhas elásticas no bolso da camisa e sorri. Aprendi (como se não soubesse…) que ter filhos é ter ralações. Mas também descobri que sou uma mãe muito pouco stressada. Experimentei vinhos fantásticos. Descobri que tenho uma filha que, apesar de ser igual ao pai em aspecto e em feitio, tem tanto da mãe como era suposto ter. Participei no meu primeiro evento blogosférico. Pensei na minha irmã todos os dias. Chorei. Tentei deixar o blog. Não consegui. Ainda bem. Tive vontade de atirar o portátil de trabalho janela fora. Perdi-me com a roupa da Knot e da Laranjinha para a princesa. Gritei com a minha avó. Contrariei todos os agoiros e continuo a ter uma bebé que dorme a noite toda e que está sempre bem disposta. Fui ao Wine Market no Verão. E ao de Dezembro também. Vi o meu pai tornar-se no maior avô galinha de que há história. Vi a minha mãe tornar-se na avó que sempre esperei. Depois de mais de um ano, voltei a pisar a sala de um cinema. Tentei escolher fotografias para o primeiro álbum da madame e não fui capaz. Fiz uma graçola com a cirurgia da minha prima e disse-lhe que agora tinha dois buracos no rabiosque. Descobri que uma bebé pode ter 6 dentes a nascer e mesmo assim ninguém dar conta. Voltei ao Jardim Zoológico. E ao oceanário também. Ganhei um sobrinho. E uma sobrinha também. Comi. Muito. E muito bem. Especializei-me na arte de fazer queques e muffins deliciosos. Organizei a primeira festa de aniversário da minha filha. E adorei. Criei um blog de culinária com a melhor parceira de sempre. Vi a Carla tornar-se numa mãe galinha. E o Daniel a seguir-lhe o caminho. Surpreendi. E fui surpreendida. Fui finalmente ao Eleven. Ralei-me, sofri e tive vontade de chorar com as cólicas e choros do Miguel. Descobri o que é uma litotricia. Aprendi que fazer 4 no espaço de poucos meses é demais. Filmámos a Mini Me a chorar (só para provar às avós mais velhotas que ela sabe chorar). Contrariei a teoria e não deixei de me mimar e de comprar roupa para mim. Voltei a fazer nuances. E arrependi-me no instante seguinte. Voltei à minha (quase) cor natural. Fiz uma auditoria num armazém de temperatura controlada. E desejei que a próxima fosse nos congelados. Namorei. Discuti. Refilei.

Fui feliz. E triste também.

Mas vivi. Cada momento…

13 Discussions on
“2012 também foi assim…”

Leave A Comment

Your email address will not be published.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.