Sábado à hora do almoço:
“(…)
– Logo vamos ao cinema.
– Vamos? – (já sem me lembrar da última vez que tinha metido os pés numa sala de cinema, mas com a certeza de que teria sido há mais de um ano)
– Vamos.
– Então temos de deixar a Mini Me na minha mãe.
– Sim.
(…)”
19h e saímos de casa.
Passamos na minha mãe e deixamos a Mini Me.
Rumo ao Vasco da Gama, compramos os bilhetes e… onde é que jantamos?
Como dois adolescentes. Fast food. Tabuleiros. Busca pela mesa perdida. Jantar (sem carrinhos, sem sopas, sem sacos de fraldas).
Voltinha pelas lojas.
Comprar pipocas doces e passar pelo meio das filas e da confusão sem fazer desvios e pedir mil vezes “licença” para conseguir atravessar a multidão com um carrinho de bebé.
Sim. No sábado senti-me (sentimos?) uma miúda. Não por estar sem a minha filha, mas por um conjunto de comportamentos que foram tão frequentes há uns anos atrás.
Mas querer voltar a ser adoleslecente aos 30? Não. Nunca tive pressa de fazer 18 anos. Também não tenho saudades (daquelas depressivas) dos 18 anos.
Agora só quero viver a minha vida como ela é, com quase 30 anos e com uma filha que é a melhor companhia do mundo. Se vou andar sempre com ela atrelada? Não. Se vou continuar a sair para jantar só com o meu marido como já fizemos algumas vezes desde que ela nasceu? Sim. Se tenho saudades das rotinas de quando éramos os dois adolescentes? Sim. Mas não, não quero nem preciso de voltar a vivê-las.
Essa sensação nostálgica é interessante. Mas essas rotinas podem ficar por lá, no nosso passado, que foi vivido quando devia ter sido vivido.
como te percebo! Sentimos saudades de alguns hábitos, mas não trocávamos a vida com os filhotes por nada!
Concordo a 200%! Ainda para mais quando fizemos exactamente o mesmo na sexta feira passada 😉
Idem aspas. Tenho amigas que só me falta apedrejarem porque não levava a Carol a alguns programas (em casal ou não) só porque não sabiam como tinha coragem. WHAT?? Coragem era levar a minha filha para um restaurante, cheio de barulho onde ela tinha de alterar completamente as rotinas dela e o seu prezado sossego, ao frio e com direito a fumar passivamente! Não, com a avó ela fica mais bem entregue, brinca, come sossegada e dorme a hora dela 🙂
“Mas essas rotinas podem ficar por lá, no nosso passado, que foi vivido quando devia ter sido vivido.”
É isso mesmo. Até porque se passarmos o presente a pensar no passado (quer ele tenha sido vivido em pleno ou não), o presente tornar-se-á num novo passado que, daqui a alguns anos, também vamos lamentar ter deixado passar sem o vivermos em pleno (porque o desperdiçámos a viver o passado).
Acho que ficou um pouco confuso mas tenho a certeza que entendeste o que eu queria dizer. Cada momento tem o seu encanto e merece ser vivido em pleno. Sejam as loucuras da adolescência, seja a lua-de-mel, sejam os primeiros anos dos nossos filhos, etc…
Ah, eu e o meu marido, este fim de semana também fomos almoçar fora sem o nosso pequenito (sim, que levar uma cria de 2 anos e meio para um restaurante é uma experiência interessante…) 😛
tão bom! adorei este post..
às vezes tenho saudades de estar aqui a escrever no pc c as duas mãos (estou c a miuda ao colo, está sabido), já comecei a pensar qd a vou começar a deixar uns bocadinhos na avó – pr cinema, namorar e pq não, viajar 🙂
🙂 não podia concordar mais! Ainda um dia destes dizia ao homem lá de casa que já não me lembrava a última vez que tinhamos ido ver um filme de adultos ;))) E sabe tão bem sair, espairecer e saber que os miúdos ficam bem entregues e felizes na mesma!
Bj gd
Concordo plenamente…axei engraçado que ao ler o teu post associei logo com a ultima vez que deixei o Dinis (com 19m na altura) com a minha mãe para ir ao cinema…e no fim acabei a sessão das 22h em trabalho de parto…na manhã seguinte, dia de Páscoa nasce o meu coelhinho Gonçalo 🙂
olá me!!!!
e é tão bom fujir á rotina… quando o meu filho mais velho nasceu au andava metade na minha casa metade na dos meu pais, portanto era muito ferquente ele ficar por lá ainda hoje adora… quando a pequenina (que com 4 anos continua a ser a minha pequenina, apesar de ela não gostar) nasceu já estava a tempo inteiro na minha casa, o que faz com que ela não fique lá tantas vezes como o irmão , mas quando saio sem eles é exactamente isso que sinto, por um lado um vazio enorme da falta deles, do barulho deles, da confusão que é ir a qualquer lado com eles…. mas por outro lado uma enorme Liberdade cheia de saudade deles!!!!!… jinhos xana