Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

Ficar mais leve

Há umas semanas tive de dar um empurrão a esta miúda.

 

Um “avança que para a frente é que é caminho”.

 

Um “Força que tu és capaz”.

 

Um “Estou cá para o que for preciso”.

 

E ela é capaz. Oh se é.

 

E foi em frente e decidiu.

 

Sexta-feira passada fiquei angustiada.

 

Ela não estava bem e tinha razões para não estar.

 

Voltei a dar-lhe um empurrão.

 

E desta vez, um empurrão nos dois sentidos.

 

Para o sim e para o sopas.

 

Disse-lhe para relativizar. Para dar tempo ao tempo. Para se dar tempo de alinhar.

 

Mas também lhe disse o que já disse tantas vezes e que deixa muita gente chocada: Se é para deixar os filhos às 7h e ir buscá-los às 19h (ou às 20h ou às 21h) então ou não se tem filhos, ou se muda. (E este “muda” é óbvio, mas quem tem de o afirmar com todas as letras é ela).

 

E ela decidiu. E decidiu bem.

 

E decidir bem, ainda que contrariamente ao que se escolheu há umas semanas, não é necessariamente voltar atrás.

 

Pelo contrário.

 

É mais um passo no caminho que se quer seguir.

 

E ela entrou no caminho que quer mais depressa do que julgava.

 

E eu? Eu fiquei mais leve.

 

Fiquei feliz. Fiquei descansada. Fiquei com (ainda mais) certeza dos motivos que fazem com que nos entendamos tão bem. Somos em tudo tão diferentes. E no mais importante tão parecidas.

 

Ficamos felizes (e somos felizes) com a mesma simplicidade.

4 Discussions on
“Ficar mais leve”
  • Acho que, quando ajudamos alguém que nos é querido e com quem nos preocupamos sinceramente, é sempre normal sentirmo-nos um pouco pesadas quando essa pessoa não está bem. E a felicidade é verdadeira e parece que nos sentimos um pouco mais completas quando essa pessoa fica mais leve. 🙂

  • Não o diria melhor. E sei que tens toda a razão. Tenho um feeling que este foi apenas mais um passo em frente, e há-de ser o começo de algo extraordinário. Temos ali uma rapariga cheia de garra.
    🙂

  • Realmente até acho que é preciso mais coragem para voltar ao caminho onde estávamos antes, do que para fazer uma mudança. Acaba por ser um reforço e uma redescoberta de quem somos e do que queremos.
    Aconteceu recentemente com uma pessoa muito próxima, e sei que não é fácil assumir que se calhar estávamos melhor antes.
    Se não arriscarmos e experimentarmos, ficamos sempre a pensar “what if…?” por isso a beleza está em nao se ter medo de ir frente… se não resulta tão bem como queremos… ao menos experimentámos e reforçámos o nosso caminho.

    Força nisso :)*

  • Minha querida, só tenho a agradecer-te os dois empurrões. Mesmo. Sei que estás lá de coração e isso é de um valor incalculável.

    Fui ao inferno e voltei. Sobrevivi. E tu ajudaste-me MUITO neste processo todo!

    (Não acho que sejamos assim tão diferentes, sabes??)

    Gosto muito de ti. Gosto muito da nossa amizade. E gosto muito de saber que, quando miss Mini-Tu nascer, posso ir ter convosco seja a que horas for!! 😛

    Obrigada por tudo. Mesmo!

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