Acção concertada com Miss Marianne

Nesta busca por alguém que me substitua durante os próximos tempos, constatei que, independentemente do estado actual da nossa economia, há muitas particularidades que as pessoas podem melhorar quando estão numa entrevista facilitando assim a contratação… e, se estas sugestões que vos vou dar podem parecer óbvias, a verdade é que me deparei com todas as situações abaixo listadas ao longo das entrevistas que fiz (agora e em outras situações):

1. Indumentária: já não se exigem “fardas” sem personalidade ou estilo (a história do fato preto e camisa branca está completamente ultrapassada), mas convém que a roupa escolhida reflicta o mínimo de seriedade, responsabilidade e sobriedade. Há oscilações no estilo que se devem adequar ao tipo de emprego/entidade empregadora em causa. Vai daí, malta do sexo masculino, aparecer de fato sem gravata com a camisa aberta até ao umbigo, cabelo cheio de gel e óculos de sol espelhados não é de todo boa ideia! Da mesma maneira, às senhoras convém que as mãozinhas venham arranjadas, mas sem gel rosa choque com purpurinas. Também não é boa ideia aparecer com decotes que permitem saber a marca do soutien. Já agora, relembro que não vêm para a discoteca (sobretudo se não é a tal tipo de cargo que se estão a candidatar) e por isso a maquilhagem quer-se discreta.

2. Postura: confiança é acima de tudo essencial, falar com convicção, certeza, utilizando um tom de voz suficientemente audível (mas não histérico) e assertivo. Todavia, convém não cair no exagero sob risco de parecem uns “pintas” (ou cowboys como apelidou o outro) com a mania de que são os maiores! Falar no mesmo tom com que se fala para um bebé, também não é boa ideia. Eu sei que controlar a ansiedade não é tarefa fácil para quem é nervoso ou procura um emprego há algum tempo, mas há que aprender a controlar esse stress sob risco de transmitir uma imagem frágil, imatura e receosa que será quase sempre pouco abonatória na avaliação final. Reforço novamente, excesso de confiança também não é necessariamente bem recebido.

3. Sinceridade: eu sou apologista da sinceridade em todas as situações, inclusive nas entrevistas de trabalho porque, acredito que é uma forma de estar que transparece muito facilmente para o entrevistador e é uma característica quase sempre valorizada. No entanto, ressalvo que não faz sentido revelar situações menos positivas sem que tenham sido questionados sobre elas e que em nada contribuem para a imagem final do entrevistado. Assim, dizer que saíram de um projecto ao fim de 3 meses porque o vosso chefe vos apelidou de “burra” não é mesmo boa ideia! É que arriscam-se a ouvir “burra está a ser por dizer isso”. Este tipo de desabafos só revela uma enorme falta de confiança e dificuldade em lidar com situações de stress. Há revelações que pura e simplesmente não faz sentido transmitir.

Concluindo, reforço que ninguém melhor do que vocês sabe vender-vos. Vendam-se! Sejam espertos, tornem-se atractivos em função do posto a que se estão a candidatar, sejam assertivos, directos, claros e concisos!