Não, hoje não vou divagar sobre berlaitadas que se ouvem aqui e ali, nem de conselhos em jeito de “eu é que sei porque já sou mãe” – como se houvesse uma forma totalmente correcta, adequada e perfeita de se educar pequenos humanos.
Hoje o testamento é sobre aquele tipo de mães que acha (têm a certeza) que ama mais os seus filhos do que outras amam os respectivos rebentos.
Em primeiro lugar é um tipo de conversa e postura que não faz qualquer sentido. É descabida, é despropositada e é de uma gigantesca falta de saber estar.
Por algum acaso poder-se-á colocar o amor que fulana A tem pelo filho num prato da balança e comparar com o peso do amor que a fulana B tem pelo respectivo filho? Não. E mesmo que tal pudesse ser feito, qual seria o objectivo final, a conclusão? Qual é a ideia?
Por outro lado, é de uma presunção e falta de saber estar monstruosas.
Acaso alguma mãe poderá considerar-se mais ou ter um filho mais amado do que outra mãe? É uma forma de estar que me incomoda particularmente até porque tenho algumas (não muitas, felizmente) aves raras à minha volta que se julgam assim.
O ser humano é um organismo vivo incrível, com uma capacidade de adaptação brutal e um instinto de sobrevivência que só reconhece quando passa por situações extremas.
Vai daí, uma mãe dizer a outra que nunca, jamais suportaria ver um filho partir e que morreria em tal situação é de uma ofensa atroz.
Alguém disse isto a uma familiar a propósito do divórcio e da custódia dos filhos, de forma particularmente crítica, como se essa pessoa fosse má mãe (ou amasse menos o seu filho) por se ter divorciado e por ter de partilhar a custódia. Que nunca suportaria ter de deixar os filhos passarem fins-de-semana ou férias sem ela, que morreria.
Sobrevivia pois. Sobrevivia precisamente por ser mãe e ter filhos que dependem dela.
Mas o mais irónico desta situação é que esta mesma mãe, deixa os dois filhos a semana inteira a dormir em casa dos pais (tendo empregada doméstica e um emprego “normal) porque é demasiado cansativo e não consegue tomar conta deles durante a semana…
Outras histórias haveria para contar, de pessoas mais ou menos próximas, que materialmente dão tudo aos filhos (e se acham melhores mães por isso) para compensar a respectiva ausência, de outras pessoas que deixam bocas dissimuladas aqui e ali porque a minha mãe não está deitada numa cama (nem nunca esteve) desde que a Nídia morreu (ela foi talvez a única mãe daquele serviço de hematologia que sempre que autorizada, passava 24h seguidas ao lado da Nídia, sem dormir, sem comer, nada), and so on and so on…
No meio de tudo isto, dou-me conta de que a maioria das mães (senão talvez todas) que assumem esta opinião de “eu amo mais o meu filho do que as outras mães amam os delas” normalmente são as que têm mais telhados de vidro, ou aquelas a quem à partida é tão mais fácil apontar o dedo.
bloqueei na parte do deixar os filhos nos pais porque é cansativo estar com eles durante a semana.
e sim, tal como noutras situações (estou-me a lembrar, por exemplo, daquelas que também julgam e opinam sobre as relações dos outros), este deve ser mesmo um desses casos de telhado de vidro…
acho que é inevitável sentires que tens o melhor filho do mundo (o coração a explodir desse amor incondicional) mas, como é óbvio, tens de ter a noção que não és a única a sentir isso e que, felizmente, o que mais não faltam por aí são mães e pais absolutamente derretidos e babados pelas suas crias.
beijo e faz uma festinha em meu nome nessa barriguita:)
Tudo muito bem, tudo muito bonito! Só estranho que uma pessoa tão culta e (pseudo)intelectual como a minha querida ME possa escrever uma frase como “Outras histórias haveriam para contar”!! Sabe fofa, o verbo haver é impessoal e, como tal, não tem plural! Nunca reparou nisso ao ler os quinhentos mil milhões de livros que aqui anuncia?! Ah… pois é, esquecia-me que a cultura e o conhecimento, de facto, não se compram com (o) dinheiro (que gosta de aparentar ter).
Epá, perdoa-me o vernáculo, mas isso é mesmo conversa de merda! Que ridículo fazer-se comparações do amor que se sente pelos filhos! (até uso montes de pontos de exclamação!)
Não tem ponta por onde se lhe pegue… É essa e a conversa de “o meu filho já sabe as letras todas com dois anos!” à laia de comparação, como a dizer que “o meu filho é melhor que o teu”, até pode ser a criança mais inteligente do mundo, mas não suporto essas conversas.
Meu estimado anónimo,
Antes de deixar postas de pescada como aquela que acabou de escrever, pelo menos dê-se ao trabalho de consultar uma qualquer gramática, sim?
Muito agradecida.
Pois, eu não acho que gosto mais ou menos do meu filho do que outras mães, mas por exemplo existem coisas que me fazem confusão.
Sim, o meu filho de 3 anos já sabe as letras todas, já sabe contar em português e inglês, e esta a aprender a ler, e não, não o acho melhor nem mais inteligente que os outros miúdos, acho é que como pais temos perdido o nosso tempo e o dele a ensinar-lhe coisas que lhe enchem bem a cabeça, em vez de o ensinar a dizer asneiras e a preguejar como um adulto (como já vi muitos pais mostrarem como se fosse uma coisa muito boa de ensinar aos miúdos), não, não exibo o meu filho por saber isto ou aquilo, ele próprio gosta de mostrar o que já sabe aos familiares e amigos mais próximos, de resto acho que as pessoas não sabem, nem querem saber o que ele sabe…
Quanto a essa pessoa que acha que gosta mais dos filhos que a outra porque se separou e como é obvio tem que dar algum tempo ao pai para também estar com a criança… Estou sem comentários.
Eu sou da opinião que tanto o pai como a mãe têm o mesmo direito e dever com os filhos, e a maior parte das pessoas olha-me de lado quando sabe que eu e o meu marido antes de engravidar decidimos que em caso de separação, a custodia ficaria 50/50.
Não acho que por o ter tido tenho mais direito que o pai de o ver crescer, e felizmente o meu marido é um pai muito presente e adora estar com o filho.
Não acho que seja uma má mãe, por “ceder” o meu filho ao pai, acho sim, que sou uma óptima mãe, porque em caso de separação o meu filho tem o mesmo direito de estar com o pai como comigo, e o importante para nós, acima de tudo está ele e o seu bem estar físico e psicológico…
ainda só tinha lido as 1as linhas e já pensava: certeira! enfim, é tão anormal q nem merece comentários. eu só pergunto quem é q as pessoas pensam q são?!?!?
ah, só mais uma coisa, ao ler outro comentário concordei:
sim, claro que acho q tenho a filha mais linda e q sou a melhor mae para ela.
mas obviamente percebo que os outros tb pensam assim, e sintam assim. e não assumo que o meu senti,mento é mais ou melhor que o dos outros.
e acho q ainda tenho mt para aprender.
Eu acho que estas mães não têm muita noção do amor. E porque é que elas amam mais que eu amo o meu? ridiculo.
Bj** e bom fim-de-semana
Eláaa não sei quem me mte mais nojo se essa super-mãe ” se o anónimo tãooooooo culto, xiça pinico!
Tá certo assim Sr. anónimo ????
Leia minha querida, leia e veja se aprende qualquer coisa de português, já que de humildade não consegue: http://www.flip.pt/language/en-US/Duvida s-Linguisticas/Duvida-Linguistica/DID/55 4.aspx
Caro desconhecido,
Caso esteja interessado em continuar a discussão, envie-me um email ao qual terei todo o gosto em responder.
De qualquer forma, aqui fica o meu esclarecimento:
http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?p al=haveriam
É a primeira vez que comento, apesar de ser seguidora diária. E só tenhho uma coisa a dizer, como mãe de uma princesa de 3 anos: APOIADO!!!
Na formação de tempos compostos, o verbo haver pode ser usado no plural.
Por exemplo: “Os meus pais haviam sido excepcionais no acompanhamento dos filhos da minha irmã”.
Aí, o verbo haver pode ser utilizado no plural, pois é o verbo auxiliar.
Quando é utilizado no sentido de “existir”, não tem plural.
A frase “Outras histórias haveria(m) para contar” emprega o verbo haver no sentido de “existir”: existem outras histórias que a narradora poderia contar.
Logo, não comporta plural.
Na frase em questão, o verbo haver não é utilizado num tempo composto (como em “havia/haviam contado”), mas no sentido de existir o que contar.
Valham-nos os deuses!
Os nossos filhos são lindos e maravilhosos porque são nossos e ponto final.
Se aos 3 anos fazem coisas xpto, melhor para eles(ou não)…o que importa é acompanhá-los, amá-los, corrigi-los, abrir-lhes horizontes e deixá-los “voar”, sem perder a noção de que precisam ser crianças, enquanto podem…
Quanto ao absurdo da questão…sempre digo e mais uma vez se comprova que ” quem muito crítica, tem muito que se lhe diga”.
Bom fim-de-semana e muitos mimos para a barriguinha mais linda dos blogues! 😉
Mas que estupidez… :
As formas de amar são tão diversas, e as maneiras de o demonstrar tão vastas, que nunca vamos poder comparar dois amores – maternais ou não!
“Outras histórias haveriam para contar (…)”
“haveriam”? Tens a certeza?
Não me parece que esteja correcto.
Já fui esclarecida, muito obrigada.