Vou esclarecer a indignação do post anterior porque aparentemente houve quem não tivesse entendido.
Se vos parece normal dizer que a classe média deve passar do A6 para o A4 ou de um classe E para um classe C (que rondará 50.000 €), dizer que a classe média deve optar pela turística em vez da executiva para viagens inferiores a 3 horas (farão por acaso ideia da diferença de valores?), dizer que se deve passar de um Boss para um Dielmar (que nunca custará menos de 600 € em promoções), dizer que não devem beber Voss (que custa 5 € no supermercado) então digam-me a que classe média pertencem…
Eu não me estou a queixar e não me ouvirão queixar porque em relação a cortes e reduções sigo sempre a máxima “há sempre alguém a quem este dinheiro fará muito mais falta ou a quem estes cortes trarão verdadeiras dificuldades”.
E, se é verdade que vivo sem dificuldades, que é verdade sim, também é verdade que não espelho nem vejo de todo ser vivida esta classe média em Portugal – a verdadeira classe média.
Se há muita gente a viver acima do que pode? Claro que há.
Mas a comparação que este senhor deveria ter feito seria: “em vez de ter um Mercedes C, deve ter um Peugeot 308. Em vez de comprar um Dielmar, deve comprar um Massimo Dutti, vai de férias? então procure as low cost” and so on and so on…
A indignação deve-se ao ridículo dos exemplos apontados pelo senhor e à ausência total de responsabilização da classe alta. “Quem deve pagar é a classe média” Então e a alta? Não, a alta nem pensar!!!
É que na realidade, o que este senhor descreveu foi a classe alta em Portugal e não a classe média.
Considero que sou de classe média porque, felizmente, vivo sem dificuldades. Mas não me enquadro, de modo algum, na classe média descrita no artigo do SOL… E mais, não uso cartão de crédito. Só compro as coisas quando tenho dinheiro, é uma opção minha e até agora não me tenho dado mal.
Olá, Me,
é que nem te dês ao trabalho de responder. Estava aqui a ler que 48& dos adultos portugueses são analfabetos funcionais e de facto confirma-se. Mas qual a dificuldade em escrever o que leste?
Tu nunca disseste que eras de classe média ou alta ou o que quer que fosse. Disseste apenas que os exemplos do texto não reflectem o estilo de vida da classe média portuguesa o que é verdade. Ou então reflectem e eu acabei de descobrir que vivo no limiar da pobreza:)
Exactamente! 🙂
Já tinha lido parte deste artigo no blog da Filipa. E tal como lá escrevi, aqui repito… este senhor não faz a menor ideia do que está a falar…
Sim, a nomenclatura classe média está correcta. O que se chama então aos jogadores de futebol, CEO de empresas como a Galp ou PT? A Me, pelo que vejo no blog pertence à classe média, assim como eu. Casa própria, carros à porta, viagens ao estrangeiro, jantar fora, telemoveis topo de gama, etc. Pode até mesmo estar inserida na categoria classe média/alta. Assim como os exemplos dados são referentes à classe média/alta. Porque, senão o que chamamos às pessoas que viajam em jactos privados, conduzem Ferraris e têm iates? A classe média abrange um leque vasto de pessoas, quer as que vão de férias para a Tailândia 15 dias, como as que vão para o Algarve uma. É certo que dentro da mesma classe algumas pessoas vivem melhor que outras, mas por isso foi usado o lexema: média. Por exemplo se eu tiver um telemovel de 600 €, e a minha vizinha tiver um de 350€, somos pessoas com posses diferentes mas não deixamos de pertencer a uma classe média.
Pois eu também me indignei quando li o mesmo artigo. Aliás, devo de confessar que, de um modo geral, os artigos de opinião deste senhor causam-me … urticária.
Apoiada, totalmente apoiada.
Completamente de acordo!
(Só li este post depois do anterior.. Gosto de seguir a cronologia (”,) )
Fizeste bem em explicar, porque realmente no post anterior não se percebe exactamente a que te referes. No entanto, quem te lê e já te conhece um pouco, sabe decerto que os comentários que fazes sobre estes assuntos mais “sérios” costumam ser bem fundamentados, não são apenas baboseiras ditas para o ar, como muita gente faz…
Posso assinar por baixo? 😉
Foi uma gralha…das grandes!
Mas esta gente ainda não ouviu falar de classe média alta e classe média baixa?!Agora porque a ME não vive com dificuldades já é considerada classe alta?então e os senhores que para além de não viverem com dificuldades,têm ainda dinheiro para dar e vender?a que classe é que pertencem?
…que haja gente a roer-se de inveja com a vida da ME(falo daquilo que se vê no blogue),percebo,mas que existe MUITA gente por aí com vidas de luxo,ai existe e a que classe pertence essa gente?
Não vivo com dificuldades,mas não tenho dinheiro para esbanjar,a que classe pertenço?Garanto que não é a classe média a que esse senhor se referiu,mesmo porque não tenho sequer um mercedes(bem gostava),não visto Hugo Boss e vou comprar frutinha bem portuguesa na frutaria da rua abaixo.
E agora porque a classe baixa que não tem dinheiro sequer para comer ou para pagar a casa,não pode “ajudar” a crise,o que acho bem,e os empresários também não,porque precisam de dinheiro para criar empregos,empresários esses que não são mãos de vaca,nem pensar,muitos andam a “roubar” nos ordenados e a fazer os empregados trabalhar mais,tudo isto em prol da crise e não deles próprios,então a classe média como ainda tem dinheiro para comer,esta é a classe que vai pagar. E a classe alta?A esses não se pede dinheiro,porque precisam de esbanjar,e se a classe média já veste hugo Boss e bebe champagne françês,estes senhores andam vestidos só com diamantes.É que daqui a pouco a classe média deixa de existir.
E não podemos esquecer que em relação às férias,ao preço a que está o combustível e o que se paga de portagens,andar de avião em Low Cost é bem capaz de ficar mais barato.
ME desculpa o testamento,mas é revoltante a mentalidade do povo português.Se o povo se defendesse se calhar este país ía a algum lado,mas bom bom é apontar o dedo.
Concordo e já tinha percebido a tua ‘indignação’ no post anterior. A classe que o senhor tenta retratar não é efectivamente a média, mas sim a alta, porque os luxos que ele menciona estão muito longe de ser alcançados pela maior parte dos portugueses (gostei especialmente da parte das águas: eu que compro marca branca, devo pertencer certamente a uma classe muito abaixo da média). E eu sou como tu acho sempre que “há sempre alguém a quem este dinheiro fará muito mais falta ou a quem estes cortes trarão verdadeiras dificuldades”.
Tenho a sorte de (pertencendo à classe média) ter um pai que consegue fazer frente à crise muito graças às poupanças de uma vida (ainda sou estudante universitária). Não mudamos de carro há 10 anos (e o bichinho continua como novo), não fazemos férias extravagantes (vivemos no Algarve e a altura de maior trabalho para o meu pai acaba por ser na altura em que 80% dos portugueses fazem férias) e para choque do senhor do artigo pusemos finalmente ar condicionado ao fim de 8 anos a penar com o calor daquela casa. A verdade é que: quem ainda tem poder de compra deve continuar a comprar (ponderadamente como é óbvio), que a economia tem ser estimulada e blá, blá (percebes o que quero dizer, certo?).
Eu tenho noção, que tendo em conta as condições actuais, sou uma privilegiada, mas uma das minhas melhores amigas tem de contar os tostão todos da bolsa para puder continuar a estudar. Enfim, os textos sobre a ‘crise’ e sobre a ‘geração à rasca’ acabam por ser sempre generalistas. Porque só temos a nossa própria experiência e somos incapazes de nos por no lugar dos outros (coisa que o senhor, não soube fazer).
Esse senhor é uma anedota só pode! Ele deve viver em Marte e não sabe
Realmente parece-me que aquilo não era de todo classe média, mas sim classe alta!
Não percas tempo em justificar post’s que se percebem tão bem, tens mais que fazer! lol
Bjks***