Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

Estou cada vez mais parecida contigo.

Estou cada vez mais parecida contigo.

 

Ou sempre fui assim e não dei conta.

 

Cada vez tenho menos paciência para as mariquices, dúvidas existenciais e lamúrias dos outros.

 

Sobretudo quando partem de pessoas melindrosas ou pequeninas que não vêem mais além. Nem que o mais além seja só mais meio metro.

 

Estou bruta. Cada vez mais.

 

Digo o que acho sem me preocupar com susceptibilidades e muito menos com o que fica bem.

 

Não quero saber.

 

Estou verdadeiramente a borrifar-me.

 

Não me aborrece se ofende. Não me aborrece se magoa. Não me aborrece se melindra.

 

Se for a verdade e se for benéfico dizê-la, grito.

 

Sem papas na língua.

 

Sem meias palavras.

 

Sem eufemismos.

 

Estou cada vez mais parecida contigo.

 

Não aturo fretes.

 

Não faço o favor de ser simpática.

 

Não faço o favor de não magoar.

 

Não estou para isso.

 

A vida é curta demais para não ser vivida a mil.

 

E hoje sei bem como quero viver a vida. Com quem quero viver a minha vida.

 

E se magoa quando faço o favor de não ser simpática, não quero saber.

 

Para mim é uma questão de sobrevivência.

 

A minha sobrevivência e a dos meus.

 

Estou cada vez mais parecida contigo.

 

Que me coloco a mim e aos meus acima de tudo? Sempre.

 

Fui educada para saber pesar. Saber pesar decisões. Saber pesar sentimentos.

 

E quem disser que não é possível pesar sentimentos está equivocado. É sempre possível. Sempre.

 

Estou cada vez mais parecida contigo.

 

E só eu sei o quanto me arrependo das horas em que te dei na cabeça tentando ensinar-te a ser diplomata.

 

Hoje, mais do que nunca, aplico verdadeiramente a política do quem gosta come, quem não gosta põe na borda do prato.

11 Discussions on
“Estou cada vez mais parecida contigo.”
  • Ora…esta postagem, embora tenho um sentido bem diferente e especial, parece que foi talhada para mim.
    Eu explico: precisava de a ler, para ver se começo a ser mais assim…é que já não há pachorra para tanta mediocridade e pequenez! A vida são dois dias e este já vai na conta!
    Assim, como faço anos hoje, esta é uma excelente resolução, ser mais frontal e deixar de ser tão diplomata.
    A bem de mim, dos meus, da vida!

    Força! Acredito e tu também que Ela está feliz com a tua resolução!
    Beijinho!

  • eu tb digo isso…e várias vezes me arrependo de não “acordado” antes. ser muito “boazinha” e diplomática só nos traz chatices…e várias vezes a minha irmã me diz que eu é que estou errada…que não teremos bebeficios em não querer ferir as susceptibilidades dos outros…os outros tb não querem saber…

    big kiss

  • Boa noite, apesar de respeitar a forma de viver de qualquer pessoa, acho que grande parte do que disseste, como não faço favor… roça muito perto de egoísmo. Muita vezes ou na maioria das vezes para se funcionar em sociedade é preciso deixarmos de preocupar um pouco menos connosco e um pouco mais com o geral.

    Pois a sua liberdade termina quando começa a minha, logo, o aturar certas coisas.

    “E se magoa quando faço o favor de não ser simpática, não quero saber.
    Para mim é uma questão de sobrevivência.
    A minha sobrevivência e a dos meus.”

    Penso que esta parte principalmente chocou-me um bocado, porque já pensou que ao não ser simpática, (o que não é obrigada a ser), não precisa ser rude, e neste capitulo parece não se preocupar em ser. Pois só se preocupa em sobreviver, nem que para isso prejudique outros.

    Acho que viver a vida não significa magoar o prejudicar outros. Nem tudo se alcança através do “não quero saber” antes pelo contrário.

    O não quero saber, era algo habitual na puberdade mas com a idade vai se aprendendo que é através do “eu quero saber” que faremos a diferença. Pois de parasitas da a sociedade cheia.

    Talvez se começar a pensar mais no colectivo e menos individual o mundo lhe irá sorrir mais.

  • E é também por isto que acho que tenho muito a aprender contigo. Preciso muito de conseguir deixar de pensar tanto nos que os outros vão pensar e vão achar e vão sentir e de começar a dizer mais o que sinto, acho e penso. E sobretudo preciso de me conseguir pôr em primeiro lugar, preciso de dar mais importância a mim, preciso de perceber que tenho esse direito. E tenho de me permitir mostrar o meu lado mais “negro” e não querer ser sempre o cisne branco. Mas sabes que é preciso ter muita segurança em nós próprios para conseguirmos ser assim. E é isso que eu também tenho de trabalhar.

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