Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

A Educação

Ainda sobre a maternidade, que só vejo ao fundo do túnel, há obviamente imensos aspectos mais do que decididos na minha cabeça.

 

E se é verdade que as pessoas são diferentes (e as crianças também), também é verdade que nós (os adultos, os que estão ao seu redor) é que os moldamos, com maior ou menor impacto do resto da sociedade.

 

E eu já sei que quero vir a ter a mesma relação com os meus filhos que a minha mãe tem connosco.

 

E reparem que falo da perspectiva de filha.

 

… porque sei que todos os papelinhos e bilhetinhos encontrados em bolsos de calças, casacos e afins, foram colocados em cima das nossas escrivaninhas da mesma forma que foram retirados dos respectivos bolsos.

 

… porque sei que as horas ao telefone com amigas, amigos e namorados nunca foram escutadas.

 

… porque sei que só abria as nossas carteiras para garantir que tínhamos dinheiro.

 

Sem uma espreitadela, sem uma leitura na diagonal, sem qualquer invasão ou violação da nossa privacidade.

 

Não que ela se preocupasse menos com as filhas do que as demais mães. DE TODO. Mas não tinha dúvidas (e eu na qualidade de filha posso afirmar que tinha todos os motivos para não ter dúvidas) de que todas as coisas importantes na vida das filhas eram partilhadas com ela em primeira mão.

 

As não partilhadas, seriam com toda a certeza partilhadas com as amigas tão só e apenas por serem de menor importância.

 

A verdade é que o que eu mais admiro na nossa mãe é que ela não teve a presunção de querer ser nossa melhor amiga. Ela queria ser a melhor mãe. Era essa a sua obrigação. Era esse o seu papel.

 

E é o que é. A nossa mãe. A melhor

 

Ser a nossa (MELHOR) amiga foi, naturalmente, uma consequência!

6 Discussions on
“A Educação”
  • Acho que o problema de muitas mães do dia que correm é precisamente esse: tentarem ser as melhores amigas em vez de serem as melhores mães. Até porque ambos os papeis entram em conflitos.
    Não poderia concordar mais contigo.

  • Respeitar a privacidade da vida de um filho desde sempre é algo muito altruísta, seria sempre mais fácil dizer “Eu só vejo porque me preocupo” e assim diz-se “Eu não vejo porque confio”.

    Não existem receitas infalíveis para educar um filho, mas existem valores e princípios básicos que podem fazer toda a diferença para o tornar um ser humano melhor. Ao que parece a tua mãe encarregou-se de os transmitir a ti e à N. e tu irás encarregar-te de os transmitir aos teus filhos de forma natural.

    Beiju

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