Ter de / Ter que
Os autores tiveram que se desfazer do negócio.
Os autores tiveram de se desfazer do negócio.
A forma original – como ensina longamente Napoleão Mendes de Almeida – é ter de, no sentido de “obrigação, necessidade”: temos de fechar o negócio agora; ele teve de sair; as crianças têm de dormir cedo. Ter que seria reservado para expressar “coisas que, algo”, como por exemplo: Tenho muito que fazer, isto é, tenho muitas coisas que fazer (por fazer). Porém houve uma evolução do ‘que’ na direção da obrigatoriedade. Ao falante atual a diferença está mais na repercussão sonora e na força expressiva do que no aspecto histórico. Se ter de soa mais culto, ter que é a forma mais viva, da linguagem corrente.
Aceitando-se que as duas formas estejam corretas, o que sugiro em frases mais longas é usar o “de” quando já existam outros “ques”, e usar “que” num contexto de muitos “des”. Exemplos:
É intolerável que o povo tenha de pagar o pato. [Em vez de: É intolerável que o povo tenha que pagar o pato]
Depois de fazer as contas, temos que proceder aos pagamentos devidos. [Melhor do que: Depois de fazer as contas, temos de proceder aos pagamentos devidos]
A necessidade de ter que lutar a fim de garantir um trabalho permeia a vida de todos.
É vergonhoso que os pais tenham de se submeter a tantas dificuldades para ver os filhos na escola.
No mais, deixando a gramatiquice de lado, a escolha é pessoal.
Texto copiado na íntegra porque não tive pachorra para mais… além de que o destinatário também não merece… que se informe antes de lançar postas de pescada!
É destes que eu gosto: Usa-se a forma que nos soa melhor e não precisamos de implicar com ninguém que escreva diferente.
olha boa, esta dá-me jeito, porque nunca soube a diferença. depois leio com atenção!