Em muitas situações da nossa vida é necessário saber separar as águas.

Mais do que necessário, se pretendemos ser íntegros (mas a integridade parece-me cada vez mais um mito), é imperativo.

Não misturar pensamentos.

Não misturar opiniões.

Não misturar sentimentos.

É necessário saber não cruzar facetas que não devem ser cruzadas.

Uma coisa é a postura do R. enquanto profissional, outra coisa é a sua postura enquanto meu marido.

E não nos podemos esquecer disso nunca.

A forma mais fácil de conseguir fazer esta separação é ir por aí. Lembrarmo-nos de alguém que nos é muito próximo e pensar que se não fazemos “misturas” com essa pessoa, não poderemos fazer com outra.

Mas infelizmente existe muita gente que não sabe ou não quer (e acredito que seja mais esta última) fazê-lo.

Todavia, há que ter sempre em linha de conta que, todos temos telhados de vidro. Que todos estamos sujeitos a julgamentos e interpretações.

E esse é mais do que motivo óbvio para não esquecer que devemos tratar os outros da mesma forma que pretendemos ser tratados.

Cruzo-me diariamente com pessoas com as quais nunca me relacionaria noutros ambientes.

Pessoas que têm comportamentos ou posturas com os quais não compactuo. Opiniões que não partilho.

Por outro lado, também as pessoas da esfera pessoal poderão ter comportamentos ou opiniões profissionais das quais discordo. Mas, eu não tenho nada a ver com isso.

Tenho que saber separar as águas.

No ambiente em que me cruzo com essas pessoas, se têm uma postura adequada, eu só posso reagir e comportar-me face a essa postura.

E tenho a obrigação de guardar para mim a opinião que possa ter relativamente a essa pessoa.

Há que saber separar as águas.

E garanto-vos que tal é possível.