tudo o que vou dizendo por aqui
Acaba de tomar duche e de se vestir. – Oh mãe posso fazer a cama do mano? – adora fazer a cama do mano. Deve achar graça porque ainda é o berço. – Podes claro. Faz a cama. Eu explico que tem de esticar o lençol. Ajeita a almofada. – Oh mãe eu sou mesmo rápida a fazer camas não sou? (auto-estima não lhe falta…)
Começou. Mais uma contagem decrescente. A vida é feita de contagens decrescentes. É na sua essência ela própria uma contagem decrescente. E a tua? Ainda não existias e já eras um número. Vários números. Várias contagens. Vários meses. Muitos ciclos. Muitas seringas. IIU, FIV, ICSI. Já existias e ainda não sabíamos que vinhas a existir… primeiro foi a contagem decrescente desde que foste transferido. Do dia 13 de Outubro até
Já foram os cem euros nos saldos. Então e cem euros nas primeiras peças da colecção nova? Eu sei que está de chuva (por acaso neste momento até está um sol lindo lindo a bater nas portadas desta casa) mas quais seriam as vossas apostas? Se é verdade que quando vejo as fotografias que o facebook me recorda de ter partilhado há 5 anos, em particular as de telemóvel, e
Há pouco, os quatro na cama dela. Na palermice. Na brincadeira. No mimo. A dada altura a meio da palhaçada: – Maria atura o mano. – diz o pai. – Eu não. – Tu sim! Atura o mano que tu é que pediste um mano! – Atura tu! Vocês é que são pais!
E dar água a este pequeno selvagem? Ou chá? Ou leite? Qualquer líquido? Primeiro achei que não gostava de água. Depois que era daquele biberon. Experimentei outro. Aumentei a tetina. Água fria. Água morna. Água de cozer pêra (a pêra cozida que não lhe dou e que cozi só em desespero para ver se bebia alguma água). Chá. Quente. Morno. Frio. Nada. Colher. Até a colher que jurei nunca experimentar,
Vou chamá-la e percebo que está na sala e deixou o candeeiro do quarto ligado. – Maria! A luz do quarto está acesa! Quantas vezes tenho de te dizer que o candeeiro é para apagar quando sais do quarto filha? – Muitas. (Atiro-a pela janela certo?)
Ele acordou e foi tomar um duche. Levantei-me e tomámos o pequeno-almoço juntos antes dele sair. Ela dormia. Dez da manhã e toma o pequeno-almoço na sala: um pão de leite com queijo e uma caneca de leite morno e simples. Onze e pouco, banho tomado, calças novas vestidas e o padrinho toca à campainha. Vai a correr abrir a porta. Casa dos padrinhos. Meio dia. – Tenho foooome. –
27 de Setembro de 1996. Eu tinha 13 anos. E meio. (Parece-me importante referir.) As roupas. God!, as roupas! Jeans largos. Camisas de xadrez largueironas. T-shirts com a estampa da banda preferida. Eles de cabelos compridos (que nunca foi a minha cena). Grunge, rock e britpop. As bicicletas. As eleições para a associação de estudantes (será que o miúdos ainda vibram com isso como nós e entram em histeria quando
Depois de dar banho ao gordo. – Rodrigo sossega! Não sejas um pequeno animal! Pára sossegado! Ela tem de dar o seu bitaite, claro: – Rodrigo, não te portes bem não que eu vou-te pôr à floresta ao pé dos outros animais… selvagens.
Sapatos. Sim, gosto de sapatos. Mas na realidade não é daí que vem o nome deste espaço. Foi um trocadilho feliz entre esta paixão que tenho (eu e mais quê? 80% das mulheres?) e a minha forma de escrever e viver, tentando colocar-me nos sapatos dos outros, mas sempre muito consciente de que há um limite intransponível (nunca, mas nunca, poderemos verdadeiramente calçar os sapatos dos outros, nunca). Details? Sim.
